Segundo Esteves, é importante compreender que não se pode falar da África no singular, pois cada país tem suas próprias experiências e histórias. Ele destaca que existe um imaginário, especialmente no Brasil e em outros países, de que a África é uma entidade homogênea e uniforme, o que não condiz com a realidade.
O curador acredita que falar em “cinemas africanos”, no plural, é uma forma de alertar para essa diversidade e que ela não se limita apenas à questão geográfica, mas também se estende aos estilos, estéticas e gêneros cinematográficos. Ele enfatiza que é importante abordar o continente a partir dessa perspectiva plural, o que se torna uma questão política.
A mostra conta com a presença de três cineastas internacionais convidados: Alassane Diago, Moussa Sène Absa e C.J. Obasi. Este último é responsável pela direção do filme “Mami Wata”, que estreou no festival no dia 6 de novembro. Vale destacar que o filme conta com a participação da brasileira Lílis Soares na direção de fotografia.
Uma das principais propostas da Mostra de Cinemas Africanos é ampliar o acesso à produção cinematográfica do continente e promover a reflexão sobre as questões sociais, políticas e culturais que atravessam a África. Por isso, as sessões são gratuitas, promovendo a democratização do acesso ao cinema africano.
Essa iniciativa busca também desconstruir estereótipos e preconceitos enraizados na imagem da África, oferecendo uma visão diversa e multifacetada do continente. Através dos filmes selecionados, os espectadores poderão conhecer diferentes realidades e perspectivas, contribuindo para uma maior compreensão e valorização da cultura africana.
A Mostra de Cinemas Africanos é uma oportunidade única para apreciar a riqueza e pluralidade das produções cinematográficas do continente. Além disso, é uma chance de ampliar horizontes, quebrar barreiras e fortalecer os laços culturais entre Brasil e África. A arte e o cinema têm o poder de unir povos e promover diálogos, e essa mostra é mais um exemplo disso.