Após 60 horas desde o temporal que atingiu São Paulo na última sexta-feira (3), 413 mil endereços ainda seguem sem energia na capital. A informação foi emitida pelas empresas que administram o abastecimento elétrico na noite deste domingo (5).
Significa dizer que 413 mil imóveis – entre residências e comércios – enfrentam o primeiro dia útil da semana às escuras. Fato que tem gerado indignação em parte da população.
Ainda de acordo com os dados mais recentes enviados à Folha, o total de domicílios afetados em algum momento após a chuva chegou a 4,2 milhões em todo o estado. No domingo mais cedo, quando foi emitida a penúltima atualização, eram 4,1 milhões.
Desse total, 3,4 milhões já foram restabelecidos, o que representa 81% do todo. Cerca de 800 mil domicílios em todo o estado ainda estão sem energia – e assim devem permanecer durante o início da segunda-feira.
O cenário culminou em uma reunião marcada para esta segunda-feira entre o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval Feitosa, representantes das distribuidoras de energia e do Executivo paulistano para “discutir ações futuras e medidas preventivas para deixar a rede de distribuição menos vulnerável aos eventos climáticos”.
O temporal que alçou ao caos a maior cidade do país teve ventos que chegaram a 100 km/h. Até o domingo, agentes da administração ainda trabalhavam para reparar os danos.
O número de mortos em todo o estado chegou a sete, das quais duas na capital.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) lamentou, através do X – antigo Twitter -, as mortes registradas no estado. Na tarde de domingo, Tarcísio também afirmou, em publicação, que a falta de energia que ainda afeta parte do território paulista não prejudicou a aplicação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), cuja primeira fase ocorreu no dia em questão.
“Todas as escolas de São Paulo que recebem o Enem tiveram energia restabelecida e execução da prova acontece normalmente. Seguimos acompanhando a situação das pessoas que ainda não tiveram sua situação regularizada, em diálogo contínuo com o Ministério de Minas e Energia”, declarou.
Alvo de críticas de paulistanos ensandecidos com a falta de energia, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) não se pronuncia sobre o assunto desde a sexta-feira, logo após o temporal. Na ocasião, Nunes disse que acompanhava às equipes e que havia instituído um grupo de trabalho para lidar com os transtornos.
O prefeito foi criticado, também, por ter ido à corrida de de Fórmula 1 em Interlagos neste domingo, em meio à crise do apagão na cidade.
FONTE: Dados fornecidos pelas empresas de abastecimento elétrico e governamentais.