Outra grave denúncia é o uso de fósforo branco como arma sobre civis. Essa substância, que foi aprimorada desde a Primeira Guerra Mundial e é proibida pelo direito internacional, queima a pele e continua queimando até atingir os ossos. Trata-se de uma arma química e incendiária extremamente perigosa, que está sendo utilizada sem qualquer consideração pelas vidas humanas.
O grupo político responsável pela resposta militar de Israel parece não fazer distinção entre civis e militares. Todos são rotulados como terroristas, independentemente da idade, gênero ou profissão. Mulheres, crianças, idosos, médicos, jornalistas e funcionários humanitários são considerados inimigos. Tudo isso faz parte de uma estratégia total de desumanização, na qual as regras jurídicas e a dignidade humana são descartadas.
Infelizmente, quem ousa questionar essas ações é imediatamente rotulado como apoiador de terroristas ou antissionista, um inimigo do Estado de Israel. Isso cria uma situação de segregação e divisão, na qual aqueles que estão preocupados com o sofrimento humano são rejeitados e mal interpretados.
É importante lembrar eventos trágicos do passado, como o massacre de Sabra e Chatila. Nesse caso, a história se repete, e a impotência e a angústia diante da miséria humana são compartilhadas por muitos, inclusive judeus que não concordam com essas ações.
A situação na Palestina é um desafio complexo, e trazer essa questão à tona pode gerar represálias e exclusão social. No entanto, é fundamental que a racionalidade prevaleça e que se encontre uma solução que respeite os direitos humanos e busque a paz na região.
(*) Carol Proner – Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e integrante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).