Bauducco é acusada de plágio por projeto ‘AmaElo’ de Emicida em peça publicitária com Juliette e Duda Beat

No último mês, o Brasil presenciou mais uma vez a dolorosa constatação das violências cotidianas impostas pelo racismo, mesmo durante a celebração do mês da Consciência Negra. Dentre os inúmeros casos, um episódio se destacou pela gravidade e pela repercussão que gerou: o plágio conceitual do projeto “AmaElo”, de Emicida, em uma peça publicitária promovida pela Bauducco, lançada no mês de outubro e com participações das renomadas artistas Juliette e Duda Beat.

A notícia do plágio causou indignação e revolta nas redes sociais e na comunidade artística, evidenciando mais uma vez a urgência de debater e combater o racismo estrutural presente na sociedade brasileira. O projeto “AmaElo”, idealizado pelo rapper Emicida, é reconhecido por sua proposta de enaltecer a cultura e a história negra, promovendo a conscientização sobre a importância da igualdade racial.

No entanto, a peça publicitária da Bauducco utilizou claramente elementos do projeto de Emicida sem dar os devidos créditos e sem respeitar a essência e a mensagem original. O uso da música interpretada por Juliette e Duda Beat, sem autorização ou reconhecimento adequado, demonstra uma apropriação cultural prejudicial e desrespeitosa.

A reação do público foi imediata e contundente. Nas redes sociais, diversos usuários se manifestaram repudiando o plágio e exigindo que a Bauducco se retratasse e tomasse medidas cabíveis para reparar o dano causado. A hashtag #BauduccoRespeiteEmicida se tornou um dos assuntos mais comentados do momento e os internautas compartilharam mensagens de apoio ao rapper e de repúdio à postura da marca.

Diante da pressão e da repercussão negativa, a Bauducco emitiu uma nota se desculpando pelo ocorrido e afirmando que o plágio foi um erro de comunicação interna entre as agências envolvidas na produção da campanha. A empresa se comprometeu a respeitar os direitos autorais e a buscar um diálogo com os responsáveis pelo projeto “AmaElo” para resolver a questão de forma justa e transparente.

O caso evidencia a necessidade de uma maior conscientização e sensibilização por parte das marcas em relação à importância da representatividade e do respeito à diversidade cultural. A apropriação indevida de elementos culturais, especialmente quando se trata de questões raciais, perpetua estereótipos e contribui para a manutenção do racismo estrutural.

Como sociedade, é fundamental reconhecer os privilégios e lutar por uma igualdade real e efetiva. A música, a arte e a cultura são ferramentas poderosas de transformação social e devem ser valorizadas e respeitadas em sua essência. Através do diálogo, da educação e da conscientização, podemos combater o racismo e construir um país mais justo e igualitário para todos.

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