Em uma manifestação à Justiça de São Paulo, o Bradesco classificou o movimento da Americanas como “chicana” – um termo jurídico que se refere a abusos – em relação ao processo de produção antecipada de provas sobre o escândalo contábil de R$20 bilhões. Esse escândalo veio à tona em janeiro, levando a Americanas a entrar em recuperação judicial com mais de R$40 bilhões em dívidas.
Na terça-feira, a Americanas questionou a imparcialidade da consultoria Kroll, responsável por conduzir a perícia nos computadores do processo. A varejista alegou que a Kroll e o escritório Warde Advogados, representante do Bradesco, estão em conflito envolvendo outras empresas, como Kabum, Itaú BBA e Magalu.
A Americanas também afirmou que a Kroll foi contratada por credores da varejista para fornecer consultoria durante o processo de recuperação judicial. O Bradesco refutou essa argumentação, alegando que a varejista está tentando tumultuar e suspender investigações importantes.
O banco afirmou que, quanto mais evidências surgem da participação dos controladores e conselheiros na maior fraude corporativa do Brasil, mais desesperadas se tornam as medidas adotadas pela Americanas para impedir que documentos comprometedores sejam revelados.
Para o Bradesco, o questionamento da Americanas chegou com atraso, já que a Kroll foi nomeada no processo de produção antecipada de provas movido pelo banco em janeiro. Além disso, o banco alega que já era de conhecimento público que a consultoria havia sido contratada pela Kabum anteriormente.
Os advogados do Bradesco afirmaram que a Americanas tinha conhecimento desse fato há pelo menos seis meses, mas só agora levantou a suspeição. Sobre a acusação de que a Kroll foi contratada por credores da varejista, o banco afirmou desconhecer essa informação.
A Americanas não se manifestou sobre o assunto.