A possível prorrogação da autorização de uso desse herbicida tem gerado debate entre os países envolvidos. Com a aprovação dessa medida, cada país pode decidir se colocará ou não no mercado produtos que contenham glifosato. Nessa decisão, é levada em consideração a relação risco-benefício tanto para a agricultura quanto para o meio ambiente.
Segundo informações de um alto funcionário da Comissão Europeia, 17 estados-membros já levantaram questões técnicas a respeito dessa decisão. No passado, tanto a França quanto o Luxemburgo demonstraram interesse em impor restrições ao uso de produtos contendo glifosato. Contudo, o ministro da Agricultura francês, Marc Fesneau, afirmou confiar nas análises realizadas, afirmando que “confiamos na ciência, nos estudos que dizem que o glifosato não representa um problema cancerígeno”.
Diversas organizações não governamentais (ONGs) têm apelado à Comissão Europeia para proibir o uso desse produto, alegando riscos à saúde humana, à biodiversidade e à agricultura. A Pesticides Action Network Europe, por exemplo, destacou que a decisão de prorrogar o uso de glifosato vai contra a vontade dos cidadãos europeus, citando uma pesquisa recente do instituto Ipsos. Essa pesquisa, realizada em seis países da União Europeia, revelou que apenas 14% dos cidadãos entrevistados apoiavam a prorrogação do uso do glifosato.
É importante ressaltar que o debate sobre o uso do glifosato é complexo e envolve diferentes perspectivas. Enquanto alguns defendem sua utilização como uma ferramenta agrícola eficaz, outros argumentam que seus potenciais efeitos negativos devem ser levados em conta para garantir a proteção da saúde e do meio ambiente. Com a decisão sobre a prorrogação de sua autorização de uso se aproximando, espera-se que as questões técnicas e os diferentes pontos de vista sejam cuidadosamente considerados para se chegar a uma decisão equilibrada.