Enquanto isso, os presidentes russo, Vladimir Putin, e chinês, Xi Jinping, optaram por não comparecer à cúpula. A ausência desses dois líderes de peso abre caminho para que Biden desempenhe um papel central no evento.
A América Latina estará representada pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo argentino Alberto Fernández. Lula chegou à Índia no final da sexta-feira e já possui uma agenda cheia, incluindo reuniões bilaterais com os presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Entre as prioridades do brasileiro estão o combate à pobreza, às mudanças climáticas e a reforma na governança global, incluindo o Conselho de Segurança da ONU.
As divergências entre os países do G20 estão dificultando a busca por um consenso em temas cruciais, como a invasão russa da Ucrânia, a transição para energias renováveis e a reestruturação da dívida mundial. Essas diferenças tornam mais desafiadora a tarefa de elaborar uma declaração final do evento, no domingo (10/09).
Biden chegou a Nova Délhi na noite de sexta-feira e sua agenda na Índia começou com a reunião bilateral com Modi. Na ocasião, o presidente americano reafirmou seu apoio à Índia para uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, caso haja uma reforma na instituição. Além disso, eles também discutiram cooperação em defesa, energias renováveis e direitos humanos.
Os Estados Unidos estão buscando fortalecer seus laços com a Índia em meio a uma disputa com a China, enquanto o país asiático busca consolidar sua posição regional e internacional. Essa aproximação ocorre em um momento em que a geopolítica mundial está passando por mudanças significativas, como a guerra na Ucrânia e os esforços da China para expandir sua influência global.
A Rússia será representada pelo ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, e a delegação chinesa será liderada pelo primeiro-ministro Li Qiang.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um alerta nessa sexta-feira sobre a crescente polarização no mundo. Segundo ele, “se somos realmente uma família global, hoje parecemos uma família bastante disfuncional”. Guterres destacou que as divisões estão aumentando, as tensões estão surgindo e a confiança está se desgastando, levantando a possibilidade de fragmentação e conflito.
Biden espera aproveitar a cúpula do G20 para demonstrar que o grupo continua sendo o principal fórum de cooperação econômica mundial, apesar das divergências. O governo dos Estados Unidos está atento aos desafios econômicos enfrentados pela China, como o crescimento mais frágil do consumo interno, o endividamento do setor imobiliário e os desafios demográficos. Segundo a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, a guerra russa na Ucrânia é uma das influências negativas mais significativas para o crescimento global.
Com a participação de líderes de diferentes partes do mundo, a cúpula do G20 promete ser um encontro crucial para definir agendas e buscar soluções para os desafios globais do momento.