Uma investigação que teve início a partir de uma denúncia anônima em Guarulhos, na região metropolitana da capital paulista, trouxe à tona um esquema de corrupção envolvendo servidores públicos e empresas terceirizadas de limpeza. De acordo com promotores responsáveis pelo caso, indícios apontam que propinas estariam sendo pagas para favorecer determinadas empresas em contratos com prefeituras e câmaras municipais em diversas cidades da região.
A investigação também revelou que a organização criminosa por trás do esquema contava com membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), que atuavam como “laranjas” em empresas suspeitas de participar do esquema. A facção criminosa exercia influência sobre a distribuição dos contratos, decidindo sobre eventuais disputas entre as empresas interessadas. Os contratos sob suspeita totalizam aproximadamente R$ 200 milhões em pelo menos 12 municípios.
Além disso, um advogado identificado como Ferreira é apontado como um dos responsáveis por garantir a competição simulada e vantagens nos contratos públicos para as empresas ligadas ao esquema. Ele estaria utilizando de suas funções advocatícias para aderir às condutas ilícitas do grupo, interferindo até mesmo em processos criminais em nome próprio para favorecer os interesses da organização criminosa.
O caso em questão envolve o réu Márcio Zeca, condenado por tráfico de drogas, defendido por Ferreira. Zeca, que já havia sido considerado como “integrante do PCC” em outra condenação, foi flagrado transportando drogas em um veículo Mercedes-Benz. A Justiça ainda avaliará recursos pendentes relacionados ao caso.
Possível candidatura a vice-prefeito
Recentemente, Ferreira concedeu uma entrevista ao Diário de Suzano expressando interesse em concorrer como vice-prefeito na chapa liderada por Pedro Ishi, indicado pelo atual prefeito Rodrigo Ashiuchi para o pleito de outubro. “Eu vou estar na campanha. Não sei se vai ser como vice, segurando bandeira, distribuindo santinhos ou batendo de porta em porta”, afirmou o advogado.
