Manifestantes inúteis interrompem evento político com performance vazia e sem estratégia política clara

Manifestantes interrompem evento em festival e levantam questionamentos sobre a efetividade do ativismo político

No FT Weekend Festival, enquanto moderava um painel sobre o Partido Trabalhista britânico, experimentei alguns segundos de pânico quando dois manifestantes levantaram uma faixa e começaram a gritar. Nesse momento, minha mente foi inundada de perguntas sobre como lidar com a interrupção e quem seriam essas pessoas que conseguiram entrar no festival com ingressos de três dígitos.

Por sorte, consegui contornar a situação. Ao perceber que os manifestantes queriam apenas gritar, questionei se eles gostariam de ouvir a resposta para sua pergunta. Surpresos, eles hesitaram antes de continuar com seus gritos. Foi somente quando a equipe do festival chegou que eles se calaram e foram embora.

No entanto, minha principal emoção após o incidente foi o desprezo. Esses manifestantes pareciam inúteis, já que até agora não consigo me lembrar do nome de sua organização. Além disso, eles se renderam facilmente diante da autoridade, não apresentando uma resistência tão enérgica quanto esperava.

Talvez eu esteja sendo injusto. Talvez eles estivessem apenas interessados em outras atividades no festival, como a tenda de culinária ou a palestra sobre vinhos. Para alguns ativistas, a política se tornou uma forma de arte performática, onde uma interrupção rápida, um vídeo e um comunicado de imprensa são mais valorizados do que tentar conquistar corações e mentes.

Esse tipo de ativismo impulsionado pelas redes sociais parece carecer de uma estratégia política coerente. A performance é o único objetivo, sem um plano para persuadir e conquistar apoio. Em alguns casos, como nos protestos climáticos que bloqueiam estradas, parece haver até um esforço para alienar as pessoas comuns e perder apoio. No entanto, pelo menos aqueles que bloqueiam estradas estão dispostos a enfrentar as consequências de suas ações.

Essa abordagem política que foca mais nos gestos do que nas ações efetivas é semelhante ao ativismo de hashtag nas redes sociais. Muitas campanhas políticas parecem ser mais sobre o ativista do que sobre a causa em si. É sobre capturar uma foto para o feed do Instagram e se sentir bem consigo mesmo, mas sem gerar mudanças reais. É uma forma de ativismo para aqueles que desejam se considerar ativistas, mas não estão dispostos a ir além disso.

Como alguém que participa de eventos públicos, talvez eu não deva reclamar desse tipo de intervenção de baixo impacto, que agrada a todos. No entanto, é importante questionar se essa abordagem realmente trará as mudanças necessárias ou se é apenas uma forma de busca por atenção.

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