Novo ministro do Esporte, André Fufuca afirma independência do PP em relação a Lula e prioriza liberação de emendas parlamentares.

O novo ministro do Esporte, André Fufuca, afirmou em entrevista à Folha que o Partido Progressista (PP), ao qual é filiado, continuará com uma postura independente em relação ao presidente Lula (PT). Fufuca também destacou que pediu prioridade à demanda de parlamentares, incluindo a liberação de emendas.

Após mudanças na Esplanada e a demissão de Ana Moser do comando do Esporte, Fufuca assumiu o cargo nesta quarta-feira (13), abrindo espaço para o centrão no primeiro escalão do governo.

O novo ministro deixou claro que a decisão de manter o PP como um partido independente foi tomada pelo presidente Ciro Nogueira, que também foi ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro.

Apesar dessa independência, Fufuca ressaltou que a maioria da bancada do PP votará a favor dos projetos de interesse de Lula.

A cerimônia de posse ocorreu no Ministério do Esporte, sem a presença da ex-atleta Ana Moser. Fufuca elogiou Ana, mas sua gestão foi alvo de críticas do centrão devido à falta de liberação das emendas parlamentares. O Ministério do Esporte recebeu heranças de emendas de relator no valor de mais de R$ 200 milhões.

Segundo Fufuca, o Maranhão, estado que ele representa, foi o mais beneficiado no primeiro lote de repasses para obras e projetos apadrinhados por parlamentares.

O novo ministro prometeu maior agilidade na liberação desses recursos. Ele pediu prioridade para as demandas parlamentares, incluindo emendas de anos anteriores que ainda não foram destinadas aos municípios, totalizando cerca de R$ 400 milhões.

Embora inicialmente houvesse o interesse do PP em assumir o Ministério do Desenvolvimento Social, Fufuca minimizou essa demora e afirmou estar satisfeito com a pasta do Esporte.

Fufuca é aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira, e negou ter negociado o cargo sem o apoio e a aprovação dos representantes do PP na Casa.

Enquanto as negociações para ministérios continuam no governo Lula, as cúpulas do PP e do Republicanos buscam manter conexões tanto com o bolsonarismo quanto com o campo político de Lula, aguardando para decidir qual será o melhor caminho a seguir com base nas eleições e na correlação de forças no Congresso.

Ambos os partidos foram formalmente integrados à base de apoio do governo Bolsonaro, mas possuem membros que se aproximaram de Lula desde a campanha presidencial do ano passado.

Tanto Ciro Nogueira quanto o deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos, afirmam publicamente que ambos os partidos são de direita e que continuarão independentes. No entanto, eles apoiaram a indicação de Silvio Costa Filho e André Fufuca para as pastas ministeriais.

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