A secretária municipal de Desenvolvimento e Inclusão Social de Balneário Camboriú, Anna Christina Barichello, informou que a equipe foi alertada pela Guarda Municipal por volta das 3h de que várias pessoas em situação de rua tinham sido levadas pela PM até a BR-101 e abandonadas no local. A equipe de assistentes sociais encontrou o grupo no km 126 da rodovia, onde estavam deitados próximos à estrada.
No total, eram 30 homens e 2 mulheres, com idades entre 21 e 58 anos. Alguns deles utilizavam carrinhos de coleta de lixo reciclável. A secretária relatou que presenciou uma cena horrível ao chegar ao local por volta das 3h30, com os moradores de rua traumatizados pelas humilhações e agressões sofridas.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram os moradores de rua sendo conduzidos em fila indiana por viaturas da PM de Itajaí até Balneário Camboriú. Nas gravações, eles alegam que os policiais chamavam a ação de “Operação Tadeu” e ordenaram que eles deixassem a cidade, sem poder retornar.
Somente por volta das 8h30, uma equipe da prefeitura de Itajaí chegou ao local onde os moradores de rua estavam para prestar assistência. De acordo com a Secretaria de Assistência Social, 18 pessoas ainda estavam presentes durante a abordagem e foram encaminhadas para um local de acolhimento, onde receberam repouso, alimentação, higiene, e atendimento técnico com psicólogos e assistentes sociais.
A prefeitura de Itajaí informou que nenhum dos moradores de rua aceitou ser encaminhado para uma comunidade terapêutica ou quis auxílio para restabelecer vínculos familiares, optando por permanecer em situação de rua. O município destacou que diariamente são atendidas cerca de 150 pessoas em situação de rua em seu centro de acolhida, e que trabalham para tentar reverter a situação dessas pessoas, que geralmente possuem laços familiares rompidos e dependência química.
O 1º Batalhão de Polícia Militar de Itajaí divulgou uma nota afirmando que irá apurar o caso e que a operação realizada não fazia parte de um planejamento prévio do batalhão. Eles ressaltaram que as operações que envolvem pessoas em situação de rua geralmente são feitas em conjunto com outros órgãos, como a Assistência Social, para garantir os direitos dessas pessoas.
O ocorrido gerou grande repercussão na região e é mais um episódio que destaca a vulnerabilidade e o tratamento inadequado a que pessoas em situação de rua são submetidas. É fundamental que os responsáveis sejam responsabilizados e que medidas sejam tomadas para evitar que situações como essas voltem a ocorrer, garantindo o respeito e a dignidade de todos os cidadãos.