Essas medidas fazem parte do reforço da atuação do governo federal na segurança do Rio de Janeiro, que vem enfrentando uma crise intensa na área. Dino afirmou, em coletiva para jornalistas após se reunir com representantes da Polícia Federal e com o ministro da Defesa, José Múcio, que o pacote do governo está sendo elaborado com o objetivo de minimizar essa crise. O documento será entregue ao presidente Lula (PL) ainda nesta terça-feira.
Dino ressaltou que alguns dos principais pontos de debate durante as reuniões foram a segurança jurídica em relação ao escopo de atuação dos militares e a efetividade das ações desse tipo no Rio em gestões anteriores. Vale lembrar que o estado vive um momento de crise na segurança pública, com aumento da tensão provocada por grupos criminosos na região metropolitana da capital fluminense.
Recentemente, ocorreram episódios de extrema violência no Rio de Janeiro, como o incêndio de 35 ônibus e um trem na zona oeste da cidade, após a morte de um líder de milícia. Além disso, três médicos foram assassinados devido a uma confusão com um miliciano jurado de morte. Esses eventos fizeram com que a segurança pública se tornasse uma das principais preocupações do governo, especialmente após estados comandados por aliados do presidente se tornarem os mais violentos.
Diante desse cenário, Flávio Dino anunciou no início de outubro um plano de enfrentamento ao crime organizado. No entanto, o detalhamento de como essa proposta será implementada ainda não foi divulgado. No mesmo dia do anúncio, foi assinada uma portaria para o reforço da Polícia Rodoviária Federal e o envio da Força Nacional ao Rio de Janeiro.
O objetivo do governo é utilizar as Forças Armadas na segurança, porém, o presidente Lula afirmou que não deseja militares nas favelas e nas ruas. Diante disso, o projeto tem como foco o uso das Forças nos portos, aeroportos e na fronteira terrestre. Além disso, o Ministério da Justiça aproveitou a demanda de policiais do Rio para resolver um impasse entre a Receita Federal e a Polícia Federal, a fim de que ambos os órgãos atuem juntos nos portos e aeroportos. O objetivo é reforçar a patrulha nesses locais, utilizados pelo crime organizado como rota de saída para o tráfico internacional.
Diante dessa grave situação, o secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, anunciou que o governo federal e o estado do Rio de Janeiro criarão um comitê para combater a lavagem de dinheiro de grupos criminosos. O comitê, chamado de Cifra (Comitê Integrado de Investigação Financeira e Recuperação de Ativos), contará com representantes da Polícia Civil do Rio de Janeiro, da Secretaria da Fazenda, do Ministério da Justiça, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Também está em negociação a participação do Coaf (Conselho de Controle de Ativos Financeiros). Essas medidas visam combater uma das principais fontes de renda do crime no Rio, que é o tráfico internacional de drogas.
