Português detido no Brasil fica em silêncio ao depor à Polícia Federal

O cidadão português Sérgio Tavares, que se apresenta como jornalista, permaneceu em silêncio em ao menos cinco momentos durante seu depoimento à Polícia Federal (PF) no domingo (25).

Tavares foi detido no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no momento de seu desembarque. Alegando ser jornalista, afirmou ter vindo ao Brasil para cobrir o ato de apoio a Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista. Seu passaporte foi retido pela PF.

Em seu depoimento, o português alegou ter vindo ao Brasil como turista para acompanhar as manifestações bolsonaristas em São Paulo e pretendia seguir para Brasília para participar de uma audiência pública no Senado. A agenda da audiência tratava da obrigatoriedade de vacinação contra a Covid-19 em crianças.

Ele afirmou não ter feito reserva em hotéis em São Paulo ou Brasília e estava disposto a hospedar-se na casa de seu advogado em Bauru (SP), a mais de 300 km da capital paulista, se necessário.

Tavares afirmou possuir recursos financeiros e cartão de crédito para sua estadia no Brasil, com passagem de retorno para Portugal já comprada para a noite de segunda-feira.

Contudo, suas respostas cessaram quando questionado sobre publicações em suas redes sociais, onde criticava o Judiciário brasileiro e o governo, entre outros temas sensíveis. Por orientação de sua defesa, optou por permanecer em silêncio em determinadas perguntas, incluindo ataques contra ministros do STF e acontecimentos específicos em janeiro.

O português é dono de um canal no YouTube com 264 mil inscritos, onde compartilha conteúdo crítico a questões como gênero, ambientais e vacinação contra a Covid-19, promovendo discursos antivacina e desinformação.

Após ser liberado pela PF, Tavares participou de um ato bolsonarista na avenida Paulista, subindo em um trio elétrico. Em discurso, afirmou seu compromisso em divulgar a verdade sobre o Brasil para a Europa e o mundo.

Com informações de Bianka Vieira, Karina Matias e Manoella Smith