População indígena é tema de reunião do Consórcio ABC para abordar questões de saúde em debate estratégico.

Na última quarta-feira (16/08), o Consórcio Intermunicipal Grande ABC realizou uma reunião conjunta com os Grupos de Trabalho (GT) Igualdade Racial, Assistência Social e Saúde, a fim de discutir medidas para melhorar a saúde da população indígena do ABC. Durante o encontro, um dos assuntos abordados foi o registro dessa população no Cadastro Único (CadÚnico) e nos cadastros do Sistema Único de Saúde (SUS), programas do Governo Federal que têm como objetivo mapear e auxiliar as famílias de baixa renda no Brasil.

Os GTs também analisaram os dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, o ABC possui uma população indígena de 3.031 pessoas, sendo 2.916 delas vivendo em áreas urbanas e 165 em aldeias.

João Moreira, coordenador do GT Igualdade Racial, ressaltou a importância de políticas públicas voltadas à saúde indígena, uma vez que essa comunidade tem sido historicamente negligenciada. “A população indígena é grande e diversa em nosso país, mas ainda é necessário fortalecer as políticas públicas destinadas a essa comunidade, especialmente na área da saúde”, afirmou.

Além disso, a reunião contou com a presença de representantes da Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania para discutir a implementação da Ouvidoria Racial Regional do Grande ABC. Essa iniciativa é realizada por meio de um convênio entre a entidade regional e o Governo do Estado de São Paulo. Vale ressaltar que São Paulo é o primeiro estado brasileiro a ter uma legislação específica para punir a discriminação racial, a Lei Estadual 14.187/2010, que estabelece penalidades administrativas para atos de discriminação por raça ou cor.

Com essa parceria, os municípios consorciados se comprometem a prestar orientações e auxílio na formalização de denúncias, com base na legislação estadual. Após essa etapa, os casos são encaminhados à secretaria estadual responsável, que irá apurar as denúncias e tomar medidas necessárias, visando o atendimento das vítimas e a abertura de processos, quando necessário.

A discussão sobre a saúde da população indígena e a criação da Ouvidoria Racial Regional são importantes passos para promover a igualdade e combater a discriminação. É necessário que as políticas públicas e os órgãos competentes estejam atentos às necessidades dessas comunidades e atuem de forma efetiva para garantir seus direitos.

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