Segundo o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estamos testemunhando um desembarque tranquilo nas atividades econômicas.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou em um evento do Santander, realizado em São Paulo, que o Brasil está começando a ver um pouso suave da atividade e das expectativas de inflação e de juros. Ele destacou que o último ciclo de aperto monetário foi menos restritivo do que os anteriores.

De acordo com Campos Neto, quando comparada a taxa de juros nominal atual com a média entre 2011 e 2019, é possível perceber que outros países subiram seus juros muito mais. O presidente do BC reconheceu que os juros no Brasil são altos, mas ressaltou que os juros reais subiram menos do que em outros países que também apertaram a política monetária após a pandemia da Covid-19. Além disso, a restrição de crédito no Brasil também foi menor do que em outras economias.

Apesar disso, Campos Neto afirmou que a batalha contra a inflação ainda não está ganha e que os juros precisam ser restritivos. No entanto, ele observou que há uma sincronia de cenários mundo afora, o que indica uma possível desaceleração dos juros globais.

Em relação à inflação global, o presidente do Banco Central mencionou que ela está começando a cair, mas os núcleos dos índices de preços ainda estão pressionados em diversos países. Ele destacou que na América Latina e no Leste Europeu, a inflação está caindo rapidamente, mas nos países de economia avançada, os núcleos não desaceleraram.

Campos Neto também chamou a atenção para a atividade na China, que está em desaceleração devido ao setor imobiliário. Segundo ele, a China entrou na área negativa da atividade e tem causado preocupação. As projeções para o PIB chinês indicam um crescimento próximo a 4%, considerado baixo para a segunda maior economia do mundo. Além disso, o desemprego no país asiático subiu rapidamente.

No âmbito mundial, o presidente do BC afirmou que há um freio importante na concessão de crédito nos países desenvolvidos, devido à desaceleração da economia e às restrições monetárias. Por outro lado, nos Estados Unidos, há um descasamento entre a política fiscal expansionista e a política monetária contracionista, o que contribui para a inflação.

Diante desse cenário, o Brasil parece estar em um caminho mais suave em relação à atividade econômica e à inflação. No entanto, é importante continuar monitorando os desdobramentos internacionais e suas possíveis repercussões no país.

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