Lula ressaltou que, enquanto Estado, o Brasil está preparado para negociar com qualquer governo argentino. Ele afirmou que é amigo de Alberto Fernández, atual presidente argentino, mas enfatizou que o relacionamento entre os países não depende de relações pessoais. Lula lembrou que é um direito soberano do presidente argentino decidir se deseja ou não negociar com o Brasil.
As declarações de Lula foram dadas em resposta ao candidato populista de extrema-direita, Javier Milei, que foi o mais votado nas eleições primárias da Argentina e é contrário à entrada do país no Brics.
Durante a cúpula, o Brics aprovou a entrada de seis novos países no grupo a partir de janeiro de 2024: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. Lula ressaltou a importância geopolítica da Argentina e destacou que a escolha dos novos membros foi baseada no critério de atender aqueles que estavam na fila há mais tempo.
Lula defendeu uma maior cooperação entre os países em desenvolvimento e a busca por novos modelos de financiamento, comércio e desenvolvimento. Ele ressaltou que o mundo está mudando e que o Brics se consolida como uma referência na geopolítica econômica, científica e tecnológica.
Uma das propostas discutidas durante a cúpula foi a adoção de uma moeda de referência do bloco para o comércio internacional, como alternativa ao dólar. Os bancos centrais e ministérios da Fazenda e Economia de cada país ficarão responsáveis por realizar estudos sobre o assunto, e uma solução deve ser apresentada na próxima reunião do Brics, na Rússia.
Além das discussões sobre o Brics, Lula também se encontrou com o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, durante a cúpula. Raisi agradeceu a entrada do Irã no bloco e manifestou interesse em ampliar as relações comerciais entre os dois países. Lula destacou que o Irã foi o maior importador de produtos brasileiros no Oriente Médio em 2022.
Após a participação na cúpula, Lula viajará para Angola, onde realizará uma visita de Estado, e em seguida para São Tomé e Príncipe, para participar da conferência de chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
