Saiba como funciona um transplante de coração em apenas 25 palavras.

O transplante de coração é um procedimento complexo que envolve uma série de etapas e fatores para ser realizado com sucesso. Segundo o médico Bruno Biselli, supervisor do programa de insuficiência cardíaca e transplante do HCor, é impossível que o poder financeiro e a influência garantam prioridade ao receptor, já que o processo é rigidamente regulado por leis e protocolos. O primeiro passo ocorre quando há suspeita de que um paciente hospitalizado teve atividade cerebral perdida, ou seja, é declarada morte encefálica.

Após a confirmação, uma equipe de captação de órgãos, chamada OPOs (Organizações de Procura de Órgãos), entra em ação para entrar em contato com a família do doador e solicitar autorização para a doação. No Brasil, a família é a responsável por tomar essa decisão. Com o aval da família, uma central estadual de transplantes avalia os pacientes na fila de transplantes que estão aptos no estado. A lista de transplantes é única, controlada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e considera critérios como gravidade, local e compatibilidade para determinar a ordem de transplante.

Além disso, a idade do doador é relevante, uma vez que doadores acima de 45 anos costumam ser rejeitados, e o número de mortes violentas de jovens aumenta a disponibilidade de potenciais doadores. No caso de incompatibilidade imunológica, o órgão passa para o próximo da fila que seja compatível. É importante destacar que não é possível alterar a posição na fila por critérios não técnicos.

Após a retirada do coração do doador, que é prioridade, equipes de cirurgiões retiram o órgão enquanto ainda está batendo e o mergulham em uma solução de preservação. Em seguida, o coração é transportado para o receptor, sendo o tempo considerado adequado até a implantação no receptor de três horas e meia. Ambulâncias, helicópteros e aviões podem ser utilizados no transporte, dependendo da distância e disponibilidade.

Enquanto isso, o paciente receptor é preparado para a cirurgia, tendo o peito aberto para a retirada do coração doente. Durante a cirurgia, é utilizada uma máquina de circulação extracorpórea para manter o paciente vivo, circulando seu sangue. Com a chegada do novo coração, cada vaso sanguíneo é suturado de forma anatômica, permitindo o reconstrução do sistema. O coração começa a bater novamente quando o sangue do receptor começa a entrar nele, “lavando” a solução de preservação e aquecendo o órgão.

O pós-operatório é similar a qualquer cirurgia cardíaca, com o paciente na UTI e a necessidade de imunossupressores para evitar a rejeição do órgão. A fase inicial após o transplante é a mais crítica, especialmente as primeiras 48 horas e os primeiros 30 dias. Após o primeiro ano, a taxa de sobrevida é de 80%, e espera-se que o paciente viva por mais de 12 ou 13 anos.

Portanto, o transplante de coração é um procedimento extremamente complexo que envolve uma série de etapas, regulações e critérios técnicos para ser realizado com sucesso. Não é possível que fatores como poder financeiro e influência garantam prioridade ao receptor, já que a lista de transplantes é única e controlada pelo SUS. O transporte do órgão é uma etapa importante, sendo que ambulâncias, helicópteros e aviões podem ser utilizados dependendo da distância e disponibilidade. O pós-operatório exige cuidados intensivos e o uso de imunossupressores para evitar a rejeição do órgão.

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