Ataques russos matam seis pessoas na Ucrânia e causam danos à infraestrutura do porto de Odesa, comprometendo as exportações de grãos

Ataques aéreos e bombardeios russos causaram a morte de seis pessoas na Ucrânia e danos significativos à infraestrutura do porto de Odesa, no Mar Negro, além de instalações de armazenamento de grãos. Segundo autoridades ucranianas, esses ataques fazem parte de uma estratégia para dificultar a exportação de produtos pelo país, que é um grande produtor de grãos. Desde que Moscou desistiu de um acordo em julho, que permitia os embarques ucranianos pelo Mar Negro e ajudava a combater a crise global de alimentos, a Rússia tem intensificado os ataques aéreos.

O governador da região de Odesa, Oleh Kiper, informou que as instalações atingidas armazenavam quase mil toneladas de grãos e duas pessoas foram encontradas mortas sob os escombros de um dos armazéns. Segundo os militares ucranianos, 19 drones de fabricação iraniana e 11 mísseis de cruzeiro foram abatidos durante a noite, a maioria direcionada à região de Odesa. Já as instalações de armazenamento de grãos foram destruídas por dois mísseis supersônicos.

Além disso, os ataques causaram danos às redes elétricas, afetando mais de mil consumidores na região. Essas interrupções na energia são lembranças dos ataques aéreos anteriores, que deixaram milhões de ucranianos sem aquecimento e luz durante o último inverno. Na cidade de Beryslav, localizada na região sul de Kherson, um homem de 73 anos e uma mulher de 70 foram mortos em outro ataque aéreo. O chefe administrativo da cidade relatou que dois moradores morreram e outros dois ficaram feridos em um bombardeio russo.

O Ministério da Defesa da Ucrânia afirmou que esses ataques aéreos são uma tentativa patética de retaliar o ataque ao quartel-general da marinha russa do Mar Negro na última sexta-feira. Em resposta, o presidente ucraniano, Zelenskiy, anunciou a chegada de tanques Abrams ao país, agradecendo aos aliados por cumprirem os acordos. Além disso, ele destacou que a Ucrânia está buscando novos contratos e expandindo sua geografia de suprimentos.

Os ataques russos também provocaram uma intensificação dos contra-ataques da Ucrânia, que têm como alvos a Rússia e a Crimeia, península anexada por Moscou em 2014. O Ministério da Defesa da Rússia reportou ter abatido drones sobre o Mar Negro, a Crimeia e as regiões russas de Kursk e Belgorod, mas não mencionou mortes.

Comerciantes globais estão preocupados com a situação, temendo mais interrupções nos mercados mundiais devido aos ataques a instalações portuárias e de grãos. A Ucrânia, por sua vez, está buscando alternativas de transporte, como o uso do rio Danúbio, estradas e trens, além de estabelecer um corredor para transportar grãos para mercados africanos e asiáticos. Os dois primeiros navios a utilizar esse corredor partiram do porto de Chornomorsk na semana passada.

A situação na Ucrânia permanece tensa, com a escalada dos ataques aéreos e bombardeios russos, além das retaliações por parte das forças ucranianas. A comunidade internacional acompanha de perto os desdobramentos desse conflito, preocupada com as consequências para a região e para o comércio global de grãos.

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