Segundo Mauro Cid, a reunião teria contado com a presença do então presidente e dos três comandantes das Forças Armadas. No entanto, o general Heleno negou veementemente a participação de Cid em qualquer reunião, afirmando que ele era apenas o ajudante de ordens do presidente e não tinha autorização para participar de encontros com os comandantes militares.
Heleno ressaltou que, apesar de ser militar, ele não participava de reuniões com a cúpula militar, pois era um militar que estava ministrando, e não um ministro militar. Ele enfatizou que suas convocações para eventos não incluíam a participação de membros das Forças Armadas.
Durante seu depoimento, o general Heleno exerceu seu direito de silenciar em diversas ocasiões, conforme permitido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin. Ele se recusou a responder a perguntas que pudessem incriminá-lo, como questionamentos sobre sua participação em uma suposta reunião com o hacker Walter Delgatti Neto para tratar da violação das urnas eletrônicas.
Heleno também afirmou que não tratava de assuntos eleitorais com seus subordinados no GSI e negou ter conhecimento de qualquer “minuta de golpe” elaborada no governo anterior. Suas declarações foram criticadas pela base de apoio do governo Lula, com o deputado Rogério Correia apresentando uma foto que mostrava o ex-ajudante de ordens em um encontro de Bolsonaro com os chefes militares. Heleno, por sua vez, argumentou que a imagem era antiga.
Enquanto isso, o senador Eduardo Girão defendeu o ex-ministro e acusou a base governista de não estar interessada em apurar o que aconteceu no dia 8 de janeiro. Ele questionou a resistência dos governistas em aprovar o requerimento de convocação do diretor da Força Nacional de Segurança Pública, Fernando Alencar Medeiros, nomeado por Lula, insinuando que eles têm algo a esconder.
Antes do depoimento do general Heleno, o presidente da CPMI, deputado Arthur Oliveira Maia, tentou colocar em votação o requerimento de convocação do diretor da Força Nacional de Segurança Pública, mas não houve acordo. O assunto será decidido na próxima reunião, antes da oitiva do acusado de tentativa de explosão nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília.
Maia também destacou a importância de ouvir os suspeitos de financiar e divulgar os atos golpistas, identificados pela Polícia Federal. Ele ressaltou que a CPMI não pode encerrar os trabalhos sem ouvi-los.