De acordo com os resultados preliminares do estudo, 82,5% das entrevistadas eram mulheres negras, e o público LGBTQIAPN+ (Lésbicas, Gays, Bi, Trans, Queer/Questionando, Intersexo, Assexuais/Arromânticas/Agênero, Pan/Poli, Não-binárias e mais) foi abrangido pela pesquisa.
Entre as principais necessidades apontadas pelas entrevistadas, a busca por um emprego formal foi mencionada por 57,5% das respostas. Outro dado relevante é que 45% das mulheres possuíam ensino fundamental incompleto.
Dentre as mulheres que possuíam ensino básico incompleto, todas afirmaram desejar voltar aos estudos e aprender uma nova profissão. A amostra do estudo indica que a maioria das mulheres em situação de vulnerabilidade social possui filhos, mas não tem uma rede de apoio familiar para cuidar das crianças enquanto buscam por trabalho. Muitas vezes, a situação social dessas mulheres impede a matrícula dos filhos em creches ou escolas, tornando ainda mais difícil a busca por emprego.
Outra dificuldade apontada é a aparência física. Por não se encaixarem nos padrões tradicionalmente aceitos pela sociedade, essas mulheres enfrentam uma grande barreira para encontrar um emprego.
A falta de políticas públicas eficazes para promover a igualdade de gênero e o empoderamento econômico é um fator que contribui para a difícil jornada dessas mulheres em busca de estabilidade financeira, perpetuando um ciclo de desigualdade.
Para combater essa realidade, o Projeto Menina-Moça, Mulher propõe oficinas de capacitação e geração de renda, a fim de preparar essas mulheres para o mercado de trabalho. Além disso, também oferece oficinas de empregabilidade, ajudando na inserção no mercado.
“A educação é a porta de entrada e saída para a mudança da realidade apresentada”, afirmou Marília Brito, coordenadora das oficinas de capacitação e geração de renda e trabalho.
A iniciativa atende jovens a partir de 12 anos, na Lapa, na Avenida Mem de Sá, 254, no Rio de Janeiro, de segunda a sexta-feira. O projeto também conta com o apoio de instituições parceiras, como a Associação Ressurgir, no Rio Comprido, e a Associação Filantrópica Arte Salva Vidas, no Caju.