Os biomas mais afetados nesse período foram a Amazônia, que perdeu 13% de suas florestas, e o Cerrado, com uma redução de 27%. O estudo da MapBiomas considera diferentes tipos de cobertura arbórea, englobando formações florestais, savanas, florestas alagáveis, mangues e restingas. Esses ecossistemas ocupam atualmente 58% do território brasileiro.
Quando analisamos todos os biomas, a Amazônia desponta como a região com maior proporção de florestas naturais, representando 78% de sua cobertura total. Em seguida, temos a Caatinga, com 54% de suas áreas constituídas por florestas.
Do total de áreas desmatadas, cerca de 95% é resultado do avanço da agropecuária, tanto para a criação de pastagens como para o cultivo de produtos agrícolas. Nas duas primeiras décadas estudadas, houve um aumento significativo da perda de florestas, seguido por uma redução a partir de 2006.
Dentre os diferentes tipos de cobertura arbórea, as formações florestais foram as mais afetadas, representando dois terços da área destruída, o que equivale a 58 milhões de hectares. As formações florestais são áreas com predomínio de espécies arbóreas e dossel contínuo, como as encontradas na Amazônia e Mata Atlântica. Essas áreas tiveram uma diminuição de 14% ao longo dos 38 anos analisados. O único bioma que manteve seu patamar de florestas estáveis foi o Pampa.
Além disso, o estudo revelou que as florestas alagáveis, características da região amazônica, também foram monitoradas pelo MapBiomas neste ano. Ao longo do período de quase quatro décadas, foram perdidos 430 mil hectares dessas florestas, que correspondem a 4,4% do bioma em 2022.
Esses números alarmantes evidenciam a necessidade urgente de políticas públicas efetivas para a conservação e preservação das florestas naturais do Brasil. A agropecuária, embora seja uma atividade econômica importante para o país, não pode continuar resultando em devastação ambiental. Ações de fiscalização e controle do desmatamento, além de incentivos para práticas sustentáveis no setor agropecuário, são fundamentais para reverter essa tendência e garantir a proteção dos ecossistemas naturais brasileiros.