A descoberta dessas armas foi resultado de intensas investigações conduzidas pelos policiais civis, que realizaram um mapeamento das atividades de suspeitos de integrar organizações criminosas. Essas investigações permitiram identificar o local onde estava sendo feito o transporte dos armamentos. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, as apurações também indicaram que as armas seriam repassadas a outros criminosos.
O Comando Militar do Sudeste confirmou que as nove metralhadoras encontradas fazem parte do lote das que haviam desaparecido anteriormente. Do lote de 21 armas, já foram recuperadas 17, informou o Exército. Entre as metralhadoras encontradas estão cinco de calibre .50 (antiáreas) e quatro de calibre 7,62.
A importância da ação da polícia na recuperação dessas armas foi destacada pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite. Ele ressaltou que o calibre 7.62, por exemplo, tem o poder de perfurar um carro blindado, enquanto o .50, de uso exclusivo das Forças Armadas, é antiaéreo. Assim, o prejuízo poderia ter sido catastrófico, não apenas para os policiais, mas também para a sociedade em geral.
O Comando Militar do Sudeste acredita que as armas foram desviadas mediante furto com possível participação de militares do Arsenal de Guerra de São Paulo. A linha de investigação mais provável indica que o extravio tenha ocorrido entre os dias 5 e 8 de setembro. Paralelamente à investigação, todos os processos da Organização Militar estão sendo revistos e os militares que tinham encargos de fiscalização e controle podem ser responsabilizados na esfera administrativa e disciplinar por eventuais irregularidades. Os militares temporários serão expulsos e os militares de carreira serão submetidos a Conselhos de Justificação ou Disciplina, segundo informou o Comando Militar do Sudeste em nota à imprensa.
Vale destacar que, no Rio de Janeiro, outras oito metralhadoras já haviam sido encontradas pela Polícia Civil esta semana. Quatro delas são de calibre .50 e quatro de calibre 7,62. As investigações continuam no sentido de identificar os responsáveis por esse grave episódio de furto de armas do Exército Brasileiro, visando a garantir a segurança da sociedade e a integridade das instituições militares.