Tribunal do Júri inocenta sargento acusado de matar adolescente em Samambaia, mas Ministério Público pretende recorrer da decisão.

No último dia 14, o Tribunal do Júri de Samambaia (DF) inocentou o sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Edimilson Dias Ferreira Júnior da acusação de ter matado a tiros o adolescente Gustavo Henrique Soares Gomes, de 17 anos, em 2022. A decisão foi anunciada após cerca de 15 horas de julgamento, no qual o conselho de sentença reconheceu a materialidade e autoria do crime, mas absolveu o policial.

No entanto, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) informou que pretende recorrer da decisão de primeira instância. Para a irmã de Gustavo, Yandra Rafaela Marques, o recurso é uma chance de dar ao adolescente um julgamento justo, que a família entende que não ocorreu. Segundo ela, a família não pôde acompanhar o julgamento do início ao fim, além de criticar o fato de o policial não ter permanecido na cadeira dos réus durante a oitiva das testemunhas.

O advogado de defesa do policial, Júlio Cesar de Souza Lima, defende que a inocência de Edimilson foi devidamente comprovada. Ele alega que o sargento agiu em legítima defesa durante uma abordagem legal de rotina, quando o piloto da moto, ao invés de parar, acelerou contra os policiais, e o garupa fez menção de sacar uma arma.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deputado distrital Fábio Felix (PSOL), se manifestou sobre o caso, se unindo à dor e à indignação dos familiares do adolescente diante da absolvição do policial. O parlamentar ressaltou que Gustavo era um jovem negro e que foi alvejado enquanto estava na garupa de uma moto.

A decisão do júri gerou controvérsia e revolta entre os familiares e amigos de Gustavo, que acreditam que a justiça não foi feita. O MPDFT está empenhado em garantir que a apelação resulte em um julgamento justo para o adolescente, e o caso continua a gerar debates e protestos nas redes sociais. A família do adolescente e os defensores dos direitos humanos buscam justiça para Gustavo, independentemente da decisão do tribunal.

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