Filho de líder quilombola critica linha de investigação que relaciona assassinato ao tráfico de drogas

O assassinato da líder religiosa Mãe Bernadete continua causando polêmica e controvérsias em Simões Filho, município do quilombo Pitanga dos Palmares, na Bahia. O filho da Yalorixá, Jurandir Wellington Pacífico, demonstra insatisfação com a linha de investigação que relaciona o crime ao tráfico de drogas na região. Segundo ele, a hipótese dele contratado para livrar “gente grande por trás” do crime.

Em declaração esta semana, Jurandir Wellington Pacífico criticou veementemente a investigação policial e o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) pela postura adotada no caso. Apesar da denúncia oferecida contra cinco suspeitos de participação no crime, dos quais quatro integram uma facção criminosa ligada ao tráfico de drogas, Jurandir contesta veementemente as acusações. Ele ressalta que a família e a comunidade de Pitanga dos Palmares não aceitam essa hipótese.

Uma das principais evidências apresentadas pela polícia é um áudio de um dos suspeitos informando que Mãe Bernadete mandaria a polícia atrás dos demais suspeitos, indicando uma retaliação motivada pela suposta oposição da líder religiosa às ações criminosas da facção no município de Simões Filho.

Contudo, Jurandir sustenta que o áudio não tem relação com o tráfico, mas sim com denúncias relacionadas à retirada ilegal de árvores que Mãe Bernadete teria feito. Ele alega ainda que a família contratou peritos particulares para analisar as investigações em curso. Além disso, o advogado de defesa da família, Hédio Silva Júnior, destacou que aguardam a liberação dos inquéritos ou procedimentos que tramitam na Polícia Federal e no Ministério Público Federal, incluindo o caso do assassinato do filho de Mãe Bernadete, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo.

Em contato com autoridades responsáveis pelo caso, a Agência Brasil apurou que o Ministério Público do Estado da Bahia tem reiterado a motivação do crime pelo tráfico de drogas e está empenhado em levar os denunciados a julgamento popular. Já a Polícia Civil se recusou a se manifestar sobre o caso.

O advogado da família afirmou que há discrepâncias que merecem atenção no decorrer das investigações, sinalizando para a complexidade e sensibilidade do caso. A situação delicada mostra que a luta por justiça no caso do assassinato de Mãe Bernadete ainda está longe de um desfecho e continua gerando controvérsias. A população de Pitanga dos Palmares e outras comunidades quilombolas da região continuam mobilizadas e empenhadas em obter respostas esclarecedoras sobre o trágico episódio.

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