O valor médio do benefício do décimo terceiro salário é de R$ 2.980, representando um avanço real em relação aos R$ 2.882 pagos em 2022.
Após dois anos com foco predominante no pagamento de dívidas, em 2023, os gastos no comércio (R$ 37,35 bilhões) devem liderar a intenção de alocação dos recursos provenientes da segunda parcela do décimo terceiro salário. A quitação e o abatimento das dívidas deverão consumir 34% dos recursos (R$ 35,97 bilhões), seguidos por gastos no setor de serviços (R$ 20,31 bilhões) e poupança (R$ 12,66 bilhões).
A CNC destaca que o não predomínio de gastos na quitação ou abatimento de dívidas se justifica diante da inflexão na taxa de juros ao consumidor e do comprometimento médio da renda familiar. Apesar do grau de comprometimento da renda médio dos brasileiros permanecer acima de 30% desde setembro de 2021, já há evidências de recuo desse indicador, segundo dados do Banco Central. A CNC estima que, em dezembro de 2023, esse indicador se situará em 30,1%.
Esse comportamento é atribuído pela CNC à expansão da renda e do emprego ao longo do ano, bem como ao recuo da taxa média de juros nas operações envolvendo pessoas físicas. O maior montante da segunda parcela do décimo terceiro salário em relação ao ano passado se deve ao aumento do nível de ocupação no mercado de trabalho, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).
Os trabalhadores na ativa respondem por 57% (50,9 milhões de beneficiários), enquanto aposentados e pensionistas totalizam 38,9 milhões, com o valor médio mais elevado sendo pago aos aposentados e pensionistas do regime próprio da Previdência Social (R$ 6.031) e o menor aos trabalhadores domésticos (R$ 1.706).
Para o comércio, a concentração da segunda parcela do décimo terceiro no mês de dezembro representa o período de maior aquecimento das vendas. Historicamente, a chegada do último mês do ano coincide com um avanço médio de 25% nas vendas, sendo seu impacto ainda mais significativo em segmentos como vestuário e calçados (80%), livrarias e papelarias (50%), e lojas de utilidades domésticas (33%).
No comércio varejista, os segmentos mais impactados pela injeção da segunda parcela do décimo terceiro salário devem ser os hiper e supermercados (R$ 17,15 bilhões), o ramo de combustíveis e lubrificantes (R$ 6,13 bilhões), lojas de vestuário e calçados (R$ 4,47 bilhões), e produtos de farmácia, perfumaria e cosméticos (R$ 3,86 bilhões).