De acordo com o ministério, fatores como a variação climática, o aumento das chuvas, o número de pessoas suscetíveis às doenças e a mudança na circulação de sorotipo do vírus podem ter contribuído para esse crescimento alarmante. Os estados com maior incidência de dengue são Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás.
Em relação à chikungunya, a redução foi de 42,2% em comparação com o mesmo período de 2022, com 145,3 mil casos notificados em 2023. Minas Gerais, Tocantins e Espírito Santo concentram as maiores incidências da doença. Já a zika, registrou um aumento de 289% em 2023, com 7,2 mil casos notificados até abril.
Para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika, o ministério destacou que 74,8% dos criadouros do mosquito estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção. A pasta enfatizou a importância do controle e da eliminação de criadouros para prevenir a propagação das doenças.
Além das ações de prevenção e controle, a pasta anunciou um investimento de R$ 256 milhões para o fortalecimento da vigilância das arboviroses, como dengue, chikungunya e zika, no país. O objetivo é intensificar os esforços e medidas de prevenção para reduzir a transmissão dessas doenças, além de capacitar profissionais de saúde.
Outro ponto importante a ser destacado são as medidas relacionadas à vacinação. A Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) está analisando a incorporação da vacina contra a dengue ao SUS. A consulta pública está em aberto, ponderando a possibilidade de aumento de casos de dengue no próximo verão brasileiro. Além disso, o governo federal também está ampliando o chamado método Wolbachia, que consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti injetados com a bactéria Wolbachia, inibindo a transmissão de doenças.
Por isso, é fundamental que a população esteja alerta e busque o serviço de saúde mais próximo ao apresentar os primeiros sintomas das arboviroses. O fortalecimento das ações de vigilância e contenção do Aedes aegypti também envolve repasses financeiros para estados e municípios, além de estratégias de controle e combate eficazes.
Durante coletiva de imprensa, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância de ações coordenadas de combate às arboviroses, de esclarecimento junto à população e de acompanhamento epidemiológico e científico das doenças. Ela ressaltou ainda que o país já possui conhecimento científico validado que permite uma maior proteção da população, e que o momento é de intensificar os esforços e medidas de prevenção por parte de todos para reduzir a transmissão das arboviroses.