Leilão da ANP arrecada R$ 421,7 milhões e abre nova fronteira de exploração de petróleo para a Petrobras

ANP arrecada R$ 421,7 milhões no leilão de blocos para exploração de petróleo

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) alcançou uma cifra milionária com o leilão de 33 setores de exploração de petróleo em diversas bacias sedimentares do Brasil. O montante obtido foi de R$ 421,7 milhões. O certame incluiu áreas nas bacias sedimentares do Amazonas, Espírito Santo, Paraná, Pelotas, Potiguar, Recôncavo, Santos, Sergipe-Alagoas e Tucano. A Petrobras foi uma das grandes vencedoras do leilão, aumentando sua participação na exploração petrolífera.

O valor adquirido pela ANP nas áreas exploratórias corresponde a um ágio de 179,69% em relação ao valor mínimo exigido para as concessões. No total, os lances vencedores se comprometeram com R$ 2,01 bilhões em investimentos na fase de exploração. Estes recursos devem impulsionar a pesquisa e posterior extração de petróleo em território nacional.

O leilão faz parte do 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC) e consiste em um projeto para estimular a exploração de petróleo e gás natural no Brasil. A área ofertada pela ANP ultrapassa os limites do Polígono do Pré-Sal e engloba áreas terrestres e marítimas. Um dos pontos de destaque foi a inclusão da área com acumulação marginal de Japiim, localizada na Bacia do Amazonas, que ficou sem atividade por falta de interesse econômico.

A Petrobras foi uma das grandes vencedoras do leilão, arrematando 29 blocos na Bacia de Pelotas, no sul do país. A estatal firmou parcerias com outras empresas, como a Shell e a CNOOC, para impulsionar os investimentos e as atividades exploratórias. O sucesso da Petrobras nesta licitação foi destacado pelo presidente da companhia, Jean Paul Prates, que classificou a Bacia de Pelotas como uma nova fronteira para a estatal.

Além da presença da Petrobras, outras empresas, nacionais e estrangeiras, participaram ativamente do leilão, buscando ampliar sua atuação no setor petrolífero brasileiro. Uma das surpresas foi a presença da Elysian, empresa recém-criada, que adquiriu mais de 100 blocos nas bacias de Potiguar, Espírito Santo e Sergipe-Alagoas. A empresa, que pertence ao empresário Ernani Machado, se comprometeu a investir cerca de R$ 12 milhões em bônus de assinatura.

O leilão também contou com a participação de várias empresas estrangeiras, que trouxeram competição e diversidade para o processo de licitação. A presença dessas empresas sinaliza o interesse internacional pela exploração de petróleo no Brasil.

Apesar dos resultados positivos do leilão, a realização do certame foi alvo de críticas de instituições da sociedade civil ligadas a questões ambientais. Além disso, o Instituto Arayara divulgou um relatório apontando que os blocos ofertados pela ANP ameaçavam territórios quilombolas, indígenas e unidades de conservação. A discussão sobre a exploração de petróleo e a necessidade de transição energética para fontes mais sustentáveis continuam em pauta.

A ANP pretende seguir com os demais ciclos da Oferta Permanente de Concessão (OPC) e Oferta Permanente de Partilha de Produção (OPP) para estimular o desenvolvimento do setor petrolífero no Brasil. A agência também busca equilibrar a exploração de petróleo com a necessidade de preservação ambiental e a transição para fontes mais limpas de energia.

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