Entidades comemoram destinação de R$ 51 milhões para criação do Parque do Rio Bixiga após acordo entre prefeitura e Ministério Público.

A criação do Parque do Rio Bixiga, na região central da capital paulista, ao lado do Teatro Oficina, é pauta de comemoração para entidades e ativistas. Isso porque a prefeitura, em acordo firmado com o Ministério Público estadual, se comprometeu a destinar cerca de R$ 51 milhões para a aquisição amigável ou a desapropriação da área do futuro parque, atualmente de propriedade do Grupo Silvio Santos. O acordo ainda precisa ser homologado pela Justiça.

Além disso, na terça-feira (19), a prefeitura e o Ministério Público anunciaram que a Universidade Nove de Julho vai devolver aos cofres públicos R$1,050 bilhão, referente a uma ação civil de improbidade administrativa e transação tributária por fatos ocorridos entre 1999 e 2022. Desse montante, R$ 51.037.385,00 devem ser destinados à implementação do Parque do Rio Bixiga, conforme documento divulgado.

Entidades e ativistas do parque demonstraram surpresa com o acordo, porém ressaltaram que a luta pela instalação da nova área cultural continuará. O Movimento Parque do Rio Bixiga e a Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona já têm pronto o projeto para o terreno, que começou a ser idealizado como extensão do teatro pela sua arquiteta, Lina Bo Bardi.

Marcelo Drummond, ator do Oficina e viúvo de Zé Celso, destacou a importância da luta. “É importante entender que [a causa] não está ganha, porque acho que a euforia causada com a notícia de ontem, ela é maravilhosa, mas ao mesmo tempo ela não pode causar desmobilização. A questão ainda não está resolvida”, afirmou.

O prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, informou que o projeto para utilização dos recursos na construção do Parque do Bixiga será encaminhado à Câmara Municipal. Lá, já existe um projeto em tramitação que dispõe sobre a criação e o funcionamento do Parque Municipal do Rio Bixiga, aprovado em primeira votação. A aprovação definitiva depende de uma segunda votação.

No projeto do parque está prevista a descanalização do rio, a reativação de áreas verdes, espaço para lazer e também para atuação cênica, como extensão do Teatro Oficina. A arquiteta cênica do Teatro Oficina, Marília Gallmeister, destacou a importância do projeto. “O Zé Celso imaginava justamente essa encruzilhada: esse terreno, que tem 11 mil metros quadrados, com uma potência de reflorestar ou de restaurar um bioma no coração de São Paulo, ao mesmo tempo um lugar que pudesse receber encenações, que pudesse praticar a cultura do teatro”, ressaltou.

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