Crescente onda de violência deixa população do Equador atônita e expõe fragilidades em sistema de segurança e inteligência.

No Equador, a ausência de um sistema de inteligência efetivo e de estrutura reforçada das polícias tem levado à crescente onda de violência que assusta a população. Esta é a avaliação da secretária de Segurança de Quito, Carolina Andrade. Na última terça-feira (9), o país vivenciou um dia de terror, quando criminosos orquestraram várias ações, incluindo sequestros, explosões e até a invasão do estúdio de um telejornal que estava sendo transmitido ao vivo. Essas ações marcam uma disputa de forças entre o governo e as gangues do crime organizado, um conflito que se arrasta há anos. Como resposta, o presidente Daniel Noboa decretou estado de emergência, colocando as Forças Armadas nas ruas e estabelecendo um toque de recolher noturno nacional.

Segundo Carolina Andrade, o Equador era considerado o segundo país mais seguro da América Latina até 2017, mas o cenário mudou após a redução da participação do Estado na segurança pública. Ela ressalta a falta de um sistema de inteligência que permita à polícia e às Forças Armadas atuarem de maneira antecipada, além de recursos insuficientes para equipar a polícia adequadamente. A secretária também destaca a necessidade de uma estratégia territorial integrada, levando em consideração a realidade de cada região do país. Nesse sentido, o presidente Noboa apresentou projetos para a construção de dois presídios de segurança máxima, onde os líderes das gangues serão detidos.

Além disso, Andrade defende a necessidade de ações de curto e longo prazo, que envolvam desde o equipamento dos policiais até a assistência social, saúde e educação, visando conter a ação dos traficantes. Ela ressalta que os portos equatorianos são usados principalmente para o transporte de drogas à Europa. Após o dia de terror, a secretária informou que as cidades estão retomando as atividades de forma gradual, com o sistema de transporte funcionando normalmente em Quito, enquanto em outras cidades como Guayaquil, os moradores ainda têm medo.

Diante desse cenário, a população equatoriana vive um clima de insegurança e medo ao transitar pelas ruas. O presidente está implementando medidas de emergência para tentar conter a violência e restaurar a sensação de segurança no país.

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