Essa sequência de resultados positivos colocou a produção industrial acima do nível pré-pandemia, com um aumento de 0,7% em relação a fevereiro de 2020. No entanto, apesar desse avanço, o setor produtivo ainda está 16,3% abaixo do pico alcançado em maio de 2011.
A análise dos setores industriais revela que, do total de 25 ramos pesquisados, apenas nove apresentaram crescimento na produção. Entre os destaques positivos estão as indústrias extrativas, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis e produtos alimentícios. Por outro lado, indústrias de veículos automotores, produtos químicos, máquinas e equipamentos, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos apresentaram indicadores negativos.
Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, 2023 foi marcado por dois semestres distintos para a indústria brasileira. No primeiro semestre, o setor teve um comportamento predominantemente negativo, com uma queda de 0,3%, enquanto no segundo semestre houve uma recuperação, resultando em um crescimento de 0,5%.
Macedo destaca que a contribuição positiva das exportações, principalmente de commodities, e a flexibilização na política monetária foram fatores que impulsionaram o desempenho da indústria ao longo do ano. Além disso, o mercado de trabalho também teve um comportamento favorável, com aumento na massa de rendimentos e uma inflação controlada, especialmente no segmento de produtos alimentícios.
Outros dados divulgados pelo IBGE esta semana mostram que a taxa média de desemprego em 2023 foi a menor desde 2014, encerrando o ano em 7,8%. Além disso, a inflação oficial ficou em 4,62%.
Apesar dos desafios enfrentados pela indústria brasileira, o resultado positivo de 2023 é considerado praticamente estável, representando um crescimento tímido. Com a expectativa de continuidade do aumento da produção, o setor industrial pode se beneficiar das condições favoráveis do mercado de trabalho, das exportações e da política monetária.