Bolsonaro admite caráter eleitoreiro da PEC das Bondades durante reunião no Palácio do Planalto, evidência é utilizada em investigação.

Na reunião realizada no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro admitiu o caráter eleitoreiro da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 15, conhecida como PEC das Bondades. O presidente afirmou que a medida era necessária para angariar simpatia da população, mesmo que não tenha sido feita especificamente para as eleições. Esta declaração foi registrada em vídeo e agora faz parte das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado e de abolição do estado democrático de direito.

Esse vídeo foi uma das provas apresentadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Tempus Veritatis. A operação foi deflagrada pela Polícia Federal para investigar uma suposta organização criminosa que teria atuado na tentativa malsucedida de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.

Durante a reunião, Bolsonaro também criticou os institutos de pesquisa por apontarem que o petista Luiz Inácio Lula da Silva liderava as pesquisas de intenção de voto. Ele questionou a segurança das urnas eletrônicas e o processo eleitoral brasileiro, levantando dúvidas sobre a lisura das eleições.

Na época da reunião, o instituto Datafolha indicava que Lula liderava a corrida presidencial, com 41% das intenções de voto no primeiro turno, contra 23% de Bolsonaro. Em um segundo turno contra Bolsonaro, Lula ganharia com uma margem de 55% a 32%.

A PEC das Bondades foi aprovada pela comissão especial da Câmara dos Deputados, autorizando o governo federal a decretar estado de emergência para ampliar o pagamento de benefícios sociais até o final de 2022. Cerca de R$ 41,25 bilhões seriam destinados à expansão de programas sociais e para custear o auxílio financeiro pago a caminhoneiros e taxistas.

Essa medida foi vista como uma estratégia do governo para aumentar sua popularidade às vésperas das eleições. Com a revelação do caráter eleitoreiro da PEC, aumentam as discussões sobre a lisura do processo eleitoral e o uso de políticas públicas para influenciar os resultados das eleições. Essas questões levantam dúvidas sobre a manipulação da opinião pública e a transparência das ações do governo.

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