Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Paulo Pimenta classificou a atitude da diretora de uma escola gaúcha, que criticou o envio de exemplares do livro para a instituição de ensino, como um ato de ignorância, preconceito e covardia. A 6ª Coordenadoria Regional de Educação do Rio Grande do Sul chegou a solicitar que os exemplares não fossem disponibilizados nas bibliotecas ou distribuídos aos estudantes, gerando ainda mais polêmica.
O autor Jeferson Tenório demonstrou indignação com a situação, considerando-a absurda e prejudicial à formação de novos leitores no Brasil. Ele ainda relacionou a tentativa de censura à polarização política e ao conservadorismo presentes na sociedade. A Ministra da Cultura, Margareth Menezes, repudiou veementemente os ataques à obra e destacou o compromisso do governo em apoiar a produção cultural, dentro dos limites legais.
O Ministério da Educação (MEC) esclareceu que a inclusão do livro no Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) ocorreu em 2022, seguindo critérios estabelecidos pelos educadores. A editora Companhia das Letras também se posicionou contra a censura, destacando a importância da liberdade de expressão e do debate cultural na formação dos estudantes.
“O Avesso da Pele” é uma obra premiada, traduzida para diversos idiomas e vencedora do Prêmio Jabuti em 2021. Abordando questões raciais, violência e identidade, o livro narra a história fictícia de Pedro, em busca de resgatar o passado de sua família em meio a desafios e adversidades. A controvérsia em torno da obra evidencia a importância da liberdade artística e do diálogo na sociedade contemporânea.