Relatório da ONU aponta indícios de genocídio em Gaza; Israel rebate acusação em comunicado oficial.

A relatora especial das Nações Unidas para os direitos humanos nos territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, divulgou um relatório na última segunda-feira (25) que acendeu polêmicas e acusações sérias. Segundo Albanese, existem “motivos razoáveis” para se afirmar que Israel promove um genocídio na Faixa de Gaza.

Essa alegação é inédita e sem precedentes, pois é a primeira vez que um informe vinculado à ONU acusa Israel de genocídio. A relatora, que tem um mandato independente, foi designada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU. Albanese afirma que a intensidade do ataque de Israel à Gaza e as condições de vida extremamente destrutivas que o país impôs revelam uma intenção clara de destruir fisicamente os palestinos como grupo.

Diante das acusações, Israel rebateu, afirmando que o relatório é uma “inversão obscena da realidade” e que respeita o direito humanitário internacional. O governo de Tel Aviv enfrenta também acusações de genocídio na Corte Internacional de Justiça (CIJ), decorrentes de denúncias apresentadas pela África do Sul e apoiadas por diversos países, incluindo o Brasil.

Albanese vai além ao solicitar que países implementem um embargo de armas contra Israel, além da adoção de outras medidas econômicas e políticas que garantam um cessar-fogo imediato e duradouro. Ela ainda menciona a importância de impor sanções contra o governo de Tel Aviv.

A especialista da ONU explica que o genocídio não é apenas um ato, mas sim um processo que envolve diferentes atos de perseguição ou destruição. Ela argumenta que os atos de Israel em Gaza se enquadram nessa categoria, citando o bloqueio à ajuda humanitária na região como um dos elementos que caracterizam o genocídio.

Por fim, a relatora especial da ONU para a Palestina denuncia que as ações de Israel em Gaza fazem parte de um processo de apagamento colonial que tem sufocado o povo palestino. Enquanto isso, o ministério das Relações Exteriores de Israel condenou veementemente o relatório, classificando-o como uma tentativa de deslegitimar a existência do Estado de Israel e um ataque à sua soberania.

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