Grupo Tortura Nunca Mais entrega Medalha Chico Mendes de Resistência em evento no Rio de Janeiro, relembrando os 60 anos da ditadura militar.

Nesta segunda-feira (1), o Grupo Tortura Nunca Mais, do Rio de Janeiro, realizou a entrega da Medalha Chico Mendes de Resistência para pessoas e grupos que têm se destacado na defesa dos direitos humanos. O evento, que aconteceu na Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, foi marcado pela comemoração dos 60 anos da ditadura militar no Brasil.

Victória Grabois, diretora do Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, ressaltou a importância de manter viva a memória daqueles que foram perseguidos, torturados e assassinados durante o período da ditadura. Ela lembrou do sacrifício de seu irmão, que deu a vida pela democracia aos 17 anos de idade. Victória destacou que é fundamental para o povo brasileiro conhecer e compreender a história desse período sombrio da nossa história.

Dentre os homenageados, destaca-se Norberto Nehring, membro da Ação Libertadora Nacional, que foi preso, torturado e assassinado em 1970. Sua filha, Marta Nehring, emocionada, recebeu a medalha em nome da família. Marta expressou o desejo de buscar a verdade e justiça em relação à morte de seu pai, que foi inicialmente registrada como suicídio.

Outro destaque da noite foi a homenagem à tia Ranúsia Alves Rodrigues, uma estudante e militante do PCBR que foi assassinada pela ditadura. Sua sobrinha, Rose Michele Rodrigues, ressaltou a importância de manter viva a memória de sua tia e continuar sua luta por uma sociedade mais justa.

Além disso, o Grupo Tortura Nunca Mais homenageou outras figuras importantes, como o cantor e compositor Gonzaguinha e o político Leonel Brizola, ambos conhecidos por sua resistência à ditadura militar. A Medalha Chico Mendes de Resistência está em sua 36ª edição e é realizada todos os anos no dia 1º de abril, data que o grupo considera como o dia correto do golpe de 1964.

O evento também contou com a presença de grupos internacionais, como o Histórias Desobedientes da Argentina, que atua na denúncia dos crimes cometidos durante a ditadura militar no país vizinho. A noite foi marcada por emoção, memória e resistência, reafirmando a importância de manter viva a história e lutar pelos direitos humanos.

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