Segundo a declaração do MRE, a entrada das forças policiais na embaixada configura um grave precedente, que merece um enérgico repúdio, independentemente da justificativa utilizada. O comunicado destaca ainda que as missões diplomáticas são locais invioláveis, protegidos pelo direito internacional.
Na sequência dos acontecimentos, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, anunciou a suspensão imediata das relações diplomáticas entre os dois países. O mandatário mexicano ressaltou que a ação equatoriana configurou uma grave violação do direito internacional e da soberania do México, caracterizando-a como um ato autoritário.
Por sua vez, o governo equatoriano defendeu a atuação das autoridades policiais, argumentando que o ex-vice-presidente Jorge Glas Espinel foi condenado à prisão pela Justiça do país e não poderia ser considerado um perseguido político. A nota pública divulgada pelo governo equatoriano frisou a soberania nacional e a intolerância com a impunidade, reforçando que o Equador é um país soberano que não permitirá que criminosos fiquem impunes.
A crise decorrente do conflito armado no Equador, que já se arrasta há meses, motivou inclusive a oferta de ajuda por parte do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro deste ano. Lula propôs colaboração nas áreas de inteligência e segurança para auxiliar o governo equatoriano a lidar com as organizações criminosas que têm atuado no país.
Diante desse cenário complexo, a comunidade internacional segue atenta aos desdobramentos dessa situação delicada, que envolve questões de direito internacional, soberania e cooperação entre países. A diplomacia e o diálogo são fundamentais para a resolução pacífica de conflitos e para a preservação das relações entre as nações envolvidas.