Essa propriedade é a segunda ocupação feita pelas famílias de agricultores que buscam a reforma agrária na região. Em 2014, os trabalhadores ocuparam a Fazenda Araguarina, que foi vistoriada pelo Incra para desapropriação e destinação social, porém, o processo foi paralisado devido a uma ação judicial movida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), supostamente motivada por pressão de ruralistas sobre o órgão, de acordo com líderes do MST.
Diante desse impasse, em 2017, parte das famílias do acampamento Olga Benário ocupou a Fazenda Sinuelo, que já havia sido desapropriada pela União em 2006 devido ao uso da terra para cultivo de plantas psicotrópicas pelo tráfico de drogas. Com a definição do Incra, a Superintendência Regional no Tocantins começará a incluir as unidades familiares no Programa Nacional de Reforma Agrária, garantindo acesso a políticas públicas e crédito para desenvolvimento das atividades produtivas nas terras.
O novo assentamento receberá o nome de Olga Benário, em homenagem à militante comunista de origem alemã que lutou contra o fascismo ao lado de Luís Carlos Prestes e liderou a criação da Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento que combatia o latifúndio e a ameaça fascista no Brasil. Com essa destinação, as famílias terão melhores condições de permanecer nas terras e desenvolver suas atividades de forma sustentável.