Incra destina 724 hectares da Fazenda Sinuelo para famílias do acampamento Olga Benário do MST após quase dez anos de impasse.

Após quase uma década de impasse, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) finalmente destinou 724 hectares da Fazenda Sinuelo, localizada no município de Tabocão, no estado do Tocantins, para as famílias do acampamento Olga Benário, ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A decisão que oficializa a criação de um projeto de assentamento para 58 unidades agrícolas foi publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (16).

Essa propriedade é a segunda ocupação feita pelas famílias de agricultores que buscam a reforma agrária na região. Em 2014, os trabalhadores ocuparam a Fazenda Araguarina, que foi vistoriada pelo Incra para desapropriação e destinação social, porém, o processo foi paralisado devido a uma ação judicial movida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), supostamente motivada por pressão de ruralistas sobre o órgão, de acordo com líderes do MST.

Diante desse impasse, em 2017, parte das famílias do acampamento Olga Benário ocupou a Fazenda Sinuelo, que já havia sido desapropriada pela União em 2006 devido ao uso da terra para cultivo de plantas psicotrópicas pelo tráfico de drogas. Com a definição do Incra, a Superintendência Regional no Tocantins começará a incluir as unidades familiares no Programa Nacional de Reforma Agrária, garantindo acesso a políticas públicas e crédito para desenvolvimento das atividades produtivas nas terras.

O novo assentamento receberá o nome de Olga Benário, em homenagem à militante comunista de origem alemã que lutou contra o fascismo ao lado de Luís Carlos Prestes e liderou a criação da Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento que combatia o latifúndio e a ameaça fascista no Brasil. Com essa destinação, as famílias terão melhores condições de permanecer nas terras e desenvolver suas atividades de forma sustentável.

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