Os suspeitos presos, que incluem funcionários públicos, advogados e empresários, tiveram prisões temporárias de cinco dias decretadas. O promotor Yuri Fisberg, responsável pela operação, explicou em uma coletiva de imprensa que as prisões tinham como objetivo evitar que os investigados interferissem no andamento das investigações.
Durante as buscas, as autoridades encontraram armas, munições, celulares, notebooks e uma grande quantidade de dinheiro, incluindo cheques, dinheiro em espécie e dólares. As investigações se concentraram em 11 prédios públicos, sendo sete prefeituras e quatro sedes de Câmaras Municipais, como Guararema, Poá, Itatiba, Ferraz de Vasconcelos, Santa Isabel, Arujá e Cubatão.
A operação revelou uma sofisticada estrutura criminosa, envolvendo empresas que simulavam concorrência em licitações públicas. O esquema destinava-se a direcionar os resultados das licitações, especialmente na área da limpeza. Empresários e funcionários das empresas, advogados ligados à operação, bem como agentes políticos e servidores públicos, foram identificados como parte integrante das práticas ilícitas.
O trabalho das autoridades visou também desmantelar esquemas de corrupção, fraudes documentais e lavagem de dinheiro envolvendo contratações de mão de obra terceirizada em instituições públicas. A investigação indicou a existência de três núcleos distintos, com empresários, advogados, agentes políticos e funcionários públicos atuando em conjunto para favorecer o PCC em diversos contratos públicos.
As autoridades enfatizaram a necessidade de reforçar ações de compliance nas prefeituras e órgãos públicos, a fim de prevenir futuras práticas criminosas no âmbito das licitações públicas. A operação Muditia evidenciou a complexidade das atividades do PCC, que tem expandido seus negócios para além do tráfico de drogas, com foco em contratos públicos.
