O senador Jorge Kajuru (PSB-GO), presidente da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, informou que recebeu um extenso relatório do empresário John Textor, com mais de 180 páginas, sobre possíveis manipulações em jogos de futebol. Após um depoimento contundente do dono do Botafogo, a entrega do documento foi condicionada a uma reunião secreta, que ocorreu nesta segunda-feira (22).
Kajuru revelou que Textor abordou questões relacionadas a jogos do Botafogo e de outras equipes, exibindo imagens e documentos que levantam suspeitas. O presidente da CPI ressaltou que a comissão irá analisar minuciosamente os relatórios e as informações apresentadas.
“Temos em mãos diversos indícios. Não podemos ainda afirmar que são provas, mas são indícios extremamente relevantes”, destacou Kajuru, que convocou uma nova reunião para quarta-feira (24), às 14h, a fim de dar continuidade às investigações.
O senador Dr. Hiran (PP-RR) agradeceu a disponibilidade do empresário durante mais de cinco horas e brincou sugerindo reforços para o Botafogo. Já o senador Carlos Portinho (PL-RJ) demonstrou interesse nas denúncias de Textor, considerando a existência de elementos técnicos que justificam uma investigação. Portinho questionou a inércia da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em apurar as supostas irregularidades.
“Espero que mais denunciantes como John Textor se apresentem à CPI com informações relevantes. Serão bem recebidos”, afirmou Portinho.
Depoimento de John Textor
No depoimento público, o proprietário do Botafogo confirmou que uma empresa de análise de comportamento identificou possíveis manipulações em jogos do campeonato brasileiro. Textor salientou que não acusou diretamente o Palmeiras e o São Paulo, mas está convicto de que houve manipulação em uma partida específica.
O empresário revelou ter solicitado uma análise dos jogos do Botafogo à Good Game! e enviado um relatório à CBF em dezembro de 2023, apontando indícios de manipulação. Ele destacou seu compromisso com a transparência e elogiou a coragem da CPI em investigar suas denúncias.
“A manipulação não é exclusiva do Brasil, é um problema global. É louvável que o Senado esteja lidando com essa questão”, declarou Textor.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
