A influência dos influencers na política digital: como a liderança se transforma na era das redes sociais.




Nos dias de hoje, a informação que consumimos nas principais plataformas digitais vai muito além do conteúdo em si. Uma publicação não é apenas o que está escrito, mas também as reações que provoca. Nesse contexto, o pesquisador Gerbaudo aponta para uma dimensão plebiscitária presente nessas redes. Ele sugere que são poucos os usuários com poder de influenciar de forma consistente, enquanto a maioria se expressa por meio de curtidas e compartilhamentos, atuando de forma semelhante a um plebiscito informal. Essa interação cria um ciclo em que a quantidade de engajamento em uma postagem determina sua visibilidade para mais usuários, alimentando ainda mais interações. Em um ambiente de comunicação segmentada, esse “plebiscito do like” se torna crucial na percepção da opinião pública e nas tomadas de decisão.

O fenômeno dos influenciadores digitais na liderança

Um dos impactos do ambiente digital é a mudança nos ideais de liderança. As novas mídias aprofundam a personalização da política, resultando em líderes diferentes daqueles do rádio e televisão, como os influenciadores digitais. Cada vez mais, vemos influenciadores entrando na política e candidatos adaptando-se às dinâmicas das redes. Essa transformação tem várias consequências, incluindo a proximidade entre políticos e eleitores que as redes sociais promovem. Os políticos agora são vistos de forma mais acessível, com interações diretas e exposição constante, criando a impressão de uma proximidade que antes não existia. Esse cenário faz com que eleitores valorizem essa interação e se sintam mais conectados aos candidatos.

A partir dessa proximidade, surgem questionamentos sobre a representação política e o papel dos eleitores. Com as mídias digitais, os políticos são constantemente monitorados e pressionados por seus seguidores, gerando um ambiente de “campanha permanente”. A fidelidade ao eleitorado torna-se essencial, com os políticos sendo cobrados a reforçar opiniões já existentes para evitar críticas e ataques nas redes. Isso muda os critérios de liderança e representação, direcionando a política para um modelo com figuras menos propensas a concessões e mais focadas em manter a fidelidade de seu nicho eleitoral.



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