Bolsonaro incerto sobre a inocência de seu filho mais novo em investigações, revela em entrevista.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) levantou dúvidas sobre a inocência de seu filho 04 em face de investigações e atribuiu a responsabilidade à sua ex-mulher, mãe de Jair Renan.

Em 2020, quando ainda era presidente, Bolsonaro afirmou que seu filho vivia com a mãe e estava distante dele “há muito tempo”. Ele admitiu que não sabia se Jair Renan estava certo ou errado diante das investigações. Na época, Jair Renan era alvo de um inquérito do Ministério Público Federal por suspeita de tráfico de influência e lavagem de dinheiro, tendo inclusive prestado depoimento à Polícia Federal.

Durante um café da manhã com pastores da Assembleia de Deus no Palácio da Alvorada, Bolsonaro declarou: “O moleque tem 24 anos agora, acho que ninguém [aqui] conhece ele, vive com a mãe, há muito tempo está longe de mim, mas recebo ele de vez em quando aqui. Tem a vida dele, não sei se está certo ou se está errado, mas peço a Deus que o proteja”.

No dia 24 de junho, Jair Renan foi alvo de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal relacionada a um grupo suspeito de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Os investigadores cumpriram dois mandados de busca, um em Balneário Camboriú (SC), onde ele reside atualmente, e outro em Brasília. A investigação está a cargo da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária.

A família Bolsonaro já teve seus nomes ligados a casos de funcionários fantasmas, evolução patrimonial suspeita, vínculo com miliciano e caixa dois eleitoral. Em alguns casos, a família é diretamente investigada, enquanto em outros, teve o nome mencionado em depoimentos ou manteve algum vínculo indireto com os envolvidos.

Jair Renan ainda não se pronunciou sobre a operação desta quinta-feira. No ano passado, diante de outras investigações por suspeita de tráfico de influência e lavagem de dinheiro, ele negou as acusações de recebimento de propina e de defender interesses empresariais junto ao governo.

Em agosto de 2020, a Polícia Federal afirmou em seu relatório final que não encontrou provas de crimes na suposta atuação de Jair Renan em favor de empresários. O caso foi encerrado sem indiciamento na superintendência da PF no Distrito Federal.

O inquérito foi aberto em março de 2021, a pedido do Ministério Público Federal, com base em denúncias feitas por parlamentares da oposição ao governo.

A cobertura fotográfica e em vídeo da festa de inauguração da empresa de Jair Renan em Brasília foi realizada gratuitamente por uma produtora que possui contratos com o governo federal, conforme revelado pela Folha. A revista Veja também noticiou a abertura da empresa e como Jair Renan solicitou uma audiência ao gabinete da Presidência para tratar de interesses comerciais de um de seus patrocinadores no Espírito Santo.

Empresas capixabas até doaram um carro elétrico no valor de R$ 90 mil para um projeto parceiro da empresa de Renan, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia.

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