Impacto da sonda Dart no asteroide Dimorfo

No ano de 2022, a Nasa surpreendeu o mundo ao enviar a sua espaçonave Dart para colidir com o asteroide Dimorfo, demonstrando a possibilidade de alterar a trajetória de objetos celestes para proteção da Terra. O impacto não somente desviou o caminho do asteroide, como também alterou sua forma de maneira significativa.

Antes da colisão com a sonda, o Dimorfo era descrito como uma bola levemente mais robusta na região da cintura. Após o encontro, passou a apresentar uma forma mais semelhante à de uma melancia, sendo categorizado como um elipsoide triaxial, segundo relatos de cientistas divulgados na última terça-feira, dia 19.

O pesquisador sênior do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa, Steve Chesley, explicou que a mudança drástica na forma do asteroide se deve à sua composição de detritos, que variam desde poeira até rochas. Isso tornou o Dimorfo mais suscetível a deformações, uma vez que sua resistência é baixa em comparação a corpos celestes monolíticos.

O engenheiro de navegação do JPL e autor principal do estudo, Shantanu Naidu, ressaltou que a medição da órbita do Dimorfo antes e depois do impacto permitiu deduzir a alteração em sua forma. Além disso, observações indicam que o asteroide não representa uma ameaça à Terra, uma vez que orbita outro asteroide, Dídimo.

A sonda Dart atingiu o Dimorfo em setembro de 2022, a uma distância de 11 milhões de quilômetros da Terra, em uma velocidade de 22.530 km/h. O choque resultou na dispersão de detritos no espaço e alterou a órbita do asteroide ao redor do Dídimo, tornando-a elíptica e reduzindo o período orbital em aproximadamente 33 minutos.

Os pesquisadores basearam suas conclusões nas mudanças observadas na forma e órbita do Dimorfo, utilizando dados de telescópios terrestres, reflexão da luz solar nas superfícies dos asteroides e informações obtidas pela sonda Dart. Futuramente, a sonda Hera da Agência Espacial Europeia será lançada para fornecer mais informações sobre os asteroides.

A expectativa é que a chegada da Hera permita uma comparação entre as formas modeladas e as imagens obtidas, além de proporcionar insights sobre as mudanças orbitais desde as observações realizadas em 2023. A ciência espacial continua a surpreender e a expandir nosso conhecimento sobre o universo.