COP28: Emirados Árabes Unidos lideram iniciativas para mobilizar bilhões em financiamento climático e anunciam novo veículo de investimento.




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Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas Anuncia Iniciativas para Mobilizar Recursos Climáticos

No dia 1º de abril, governos, bancos de desenvolvimento e empresas revelaram planos para mobilizar bilhões em recursos climáticos na COP28, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, em Dubai. Destaque para os Emirados Árabes Unidos, que têm colocado o financiamento no centro de suas negociações na ONU.

Os países até agora têm fornecido poucos recursos para auxiliar na transição energética em direção a fontes mais sustentáveis e no enfrentamento dos impactos das mudanças climáticas.

De acordo com a Climate Policy Initiative, países em desenvolvimento precisarão de cerca de US$ 2,4 trilhões por ano em financiamento climático até 2030.

Na tentativa de acabar com anos de impasse, os Emirados Árabes Unidos, anfitriões da COP28, anunciaram o Altérra, uma iniciativa de investimento climático que pretende mobilizar US$ 250 bilhões até o final da década. O presidente da COP28, Sultan Ahmed Al-Jaber, descreveu o projeto como um “momento decisivo” para o financiamento climático. Vale ressaltar que Al-Jaber tem vínculos diretos com a indústria dos combustíveis fósseis, sendo presidente da Adnoc, gigante petrolífera estatal dos Emirados Árabes Unidos, e da Masdar, empresa estatal de energias renováveis.

O Banco Mundial se comprometeu a aumentar a quantidade que gasta anualmente em projetos relacionados ao clima para 45% de seu financiamento de 2024 a 2025, em comparação com os atuais 35%, como parte de uma reforma de política para responder melhor às mudanças climáticas.

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, também expressou apoio à reforma do sistema de bancos multilaterais de desenvolvimento para atrair mais financiamento privado a custos razoáveis.

Promessas dos mais ricos do mundo

A Fundação Gates, do fundador da Microsoft, Bill Gates, em conjunto com os Emirados Árabes Unidos, se comprometeram com US$ 200 milhões para apoiar pequenos agricultores na África e na África do Sul que sofrem os impactos do aquecimento global.

Também foi lançada a plataforma de investimento Allied Climate Partners, que visa gerar US$ 11 bilhões em investimentos em países em desenvolvimento, reunindo credores públicos e privados, além de doadores focados no clima.

Fundo de perdas e danos poderia começar logo

O Banco Mundial prevê que um fundo para compensar países vulneráveis atingidos por eventos climáticos extremos possa estar operacional em apenas três meses. A instituição poderia distribuir dinheiro no início do próximo ano, seguindo uma estrutura semelhante à do Fundo da Pandemia, que recebeu quase US$ 2 bilhões e distribuiu US$ 600 milhões desde o seu lançamento em novembro de 2022.

Apesar das promessas e iniciativas anunciadas, relatórios apontam que o financiamento climático ainda é insuficiente e mal direcionado, deixando países em desenvolvimento para trás na transição para a energia limpa.


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