Em seu voto, o juiz Sade afirmou que a pré-campanha de Moro “desequilibrou” a disputa ao Senado a favor do ex-ministro da Justiça. O relator do caso, Falavinha, havia argumentado que Moro já era conhecido do eleitor paranaense sem necessidade da pré-campanha. No entanto, Sade discordou e ressaltou que a “fama de bom magistrado” não era suficiente para garantir votos, sendo necessário investir em comunicação para alcançar o eleitorado.
Sade é o mais novo membro do plenário do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Com formação em Direito, ele assumiu a posição em março, após o término do mandato de seu antecessor. O plenário do tribunal é composto por dois advogados e cinco juízes.
Relator destaca tentativa do PT de remover Moro da política
O juiz Falavinha rejeitou os argumentos da acusação. Em sua decisão apresentada na última segunda-feira (1), ele afirmou que não existem provas de que Moro se beneficiou dos gastos na pré-campanha à Presidência.
Para Falavinha, o PT e o PL falharam em demonstrar que os gastos de Moro na pré-campanha lhe conferiram vantagem indevida. O relator argumentou que tais despesas não aumentaram a visibilidade do ex-ministro perante o eleitorado paranaense, uma vez que ele já era conhecido desde a operação Lava Jato.
Falavinha apontou que o PT parece agir com o intuito de afastar Moro da atividade política. O juiz observou uma contradição no fato de o partido ter entrado com ação no TRE-SP para impedir a candidatura de Moro ao Senado por São Paulo e posteriormente tentar invalidar sua eleição no Paraná.