Disputa pela Prefeitura de Curitiba e possível cassação de Moro movimentam cenário político no Paraná.



A possibilidade de uma nova eleição para o Senado no Paraná ainda em 2024, em caso de cassação de Sergio Moro (União Brasil), está mexendo com o cenário político e turbinando a disputa pela Prefeitura de Curitiba, prevista para ocorrer em outubro.

Ex-juiz da Operação Lava Jato, Moro é alvo de uma ação de investigação judicial eleitoral liderada pelo PT e pelo PL. Se condenado, poderá perder o mandato, o que levaria à convocação de uma eleição suplementar no estado para eleger um substituto.

Entretanto, o julgamento do caso pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ainda não tem data definida, e qualquer decisão da corte regional ainda seria analisada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Mesmo assim, partidos já estão se articulando nos bastidores tanto para a possível eleição ao Senado quanto para a disputa pela prefeitura de Curitiba. Alguns nomes até flertam com as duas vagas, como é o caso do ex-deputado federal Paulo Martins (PL), que ficou em segundo lugar na disputa ao Senado em 2022, com 29,1% dos votos.

Com apoio do então presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador do Paraná Ratinho Junior (PSD), Martins superou nomes mais conhecidos da política paranaense, como Alvaro Dias (Podemos), que ficou em terceiro lugar e não conseguiu a reeleição.

Tendo em vista que Martins se fortaleceu como líder da direita em Curitiba, seu nome surge tanto para a pré-candidatura à prefeitura quanto para a potencial vaga no Senado, caso Moro seja cassado. Atualmente, ele exerce o cargo de assessor especial do governador Ratinho Junior.

Além de Martins, o nome de Michelle Bolsonaro (PL) também tem sido ventilado por aliados do ex-presidente no Paraná, mas a ex-primeira-dama não demonstrou interesse até o momento em trocar de domicílio eleitoral para concorrer à vaga deixada por Moro.

Entre os potenciais candidatos do PT para a eventual eleição ao Senado está a deputada federal e presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, assim como o deputado federal Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara dos Deputados. Ambos também estão cotados para a prefeitura de Curitiba, onde a legenda avalia a possibilidade de uma aliança com o PSB.

Outros partidos, como PSD, MDB e PP, já estão se movimentando para a pré-campanha da eleição suplementar ao Senado, enquanto traçam estratégias para a prefeitura da capital paranaense.

Ricardo Barros (PP), que é secretário na gestão Ratinho Junior, está entre os pré-candidatos ao Senado pelo PP, e articula uma aliança com Eduardo Pimentel, do PSD, que pretende concorrer à prefeitura de Curitiba. Barros planeja incluir sua filha, a deputada estadual Maria Victoria (PP), na chapa de Pimentel como candidata a vice-prefeita.

O Novo e a União Brasil –partido de Moro– mantêm discrição no debate sobre a possibilidade de uma eleição extra ao Senado e se concentram publicamente na definição de candidatos para a Prefeitura de Curitiba. Deltan Dallagnol (Novo) e Rosangela Moro (União Brasil) são nomes cogitados para eventuais candidaturas, mas ainda não há definições.

Nesse cenário político movimentado e incerto, a cidade de Curitiba se prepara para uma eleição municipal em outubro que promete ser cercada de expectativas e surpresas, assim como para a possibilidade de uma eleição suplementar ao Senado no futuro próximo.


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