Estudante do Enem viaja 33 quilômetros para fazer prova e relata experiência de mobilidade urbana

No último domingo (5), uma candidata do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passou por um contratempo ao descobrir que o local onde faria a prova estava a 33 quilômetros de sua casa, levando cerca de uma hora e 15 minutos de deslocamento. Sofia Martin, de 18 anos, moradora de Santana, zona norte de São Paulo, compartilhou sua preocupação com a distância, mas também o bom humor dos amigos que brincaram que a veriam chegar atrasada na televisão.

A situação vivida por Sofia ocorreu com cerca de 50 mil candidatos inscritos, correspondendo a 1% dos participantes. Para solucionar o problema, o governo Lula (PT) anunciou em 30 de outubro que os estudantes afetados por esse erro poderão realizar a prova em dezembro, em uma data alternativa.

Apesar dessa possibilidade oferecida pelo governo, Sofia decidiu fazer a prova no último domingo. Trabalhando como assistente de marketing, a candidata receava problemas em seu trabalho caso remarcasse a prova. Além disso, ela optou por realizar o exame o mais breve possível devido à ansiedade. Com o objetivo de estudar design gráfico e conquistar uma bolsa de estudos em alguma universidade, Sofia considerou que seria melhor enfrentar a prova nesse momento.

Acompanhada pela reportagem, Sofia percorreu o trajeto até o local da prova que iniciou às 9h30 e durou duas horas. A jovem poderia ter utilizado um carro de aplicativo, gastando cerca de R$ 70 e pouco mais de uma hora de trajeto. No entanto, a alternativa mais acessível foi o metrô, que teve sua gratuidade garantida no último domingo pelo governo estadual e pela Prefeitura de São Paulo, a fim de possibilitar que todos os candidatos do Enem chegassem ao local de aplicação da prova.

Sofia mora próxima à estação Jardim de São Paulo, da linha 1-azul do metrô, e se deslocou até a estação Largo Treze, da linha 5-lilás. Em seguida, embarcou em um ônibus que a deixou, juntamente com outros candidatos, próximo à universidade.

Apesar da dificuldade enfrentada no último ano, quando realizou o Enem enquanto finalizava o trabalho de conclusão do ensino médico técnico, Sofia afirmou estar mais preparada para enfrentar os dois dias de prova. Ela acredita ter melhor compreensão das técnicas necessárias para obter uma boa nota.

Sofia, que se considera da área de humanas, está mais tranquila em relação ao primeiro dia de prova, ocorrido no último domingo. No entanto, a expectativa em relação ao segundo dia de prova, marcado para o próximo domingo (12 de novembro), ainda persiste.

A ansiedade agora é voltada para o tema da redação, e Sofia já ouviu algumas possibilidades, como feminicídio e questões relacionadas à arquitetura hostil. No sábado (3), o presidente Lula postou um vídeo em que mostra uma jaca no Palácio da Alvorada e deseja boa sorte aos candidatos. Especula-se que o vídeo esteja relacionado ao tema da redação, e Sofia se adiantou em pesquisar questões ligadas à arquitetura para ampliar seu repertório.

A estudante também considera a possibilidade do tema abordar questões de mobilidade urbana, brincando que poderá escrever sobre sua própria experiência de ir fazer o Enem, caso essa seja a temática escolhida.

O Enem continua sendo uma prova de grande importância para os estudantes brasileiros, levando-os a enfrentar desafios como a distância do local de prova e a ansiedade em relação ao tema da redação. Acompanhando de perto a jornada de Sofia, é possível perceber a determinação e o esforço da jovem em busca de seu sonho de estudar design gráfico e garantir uma bolsa de estudos em uma universidade.

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