Essa medida representa uma mudança significativa em relação ao posicionamento anterior do governo, que havia aprovado um projeto de petróleo na mesma região há apenas cinco meses. O Projeto Willow, da gigante do petróleo ConocoPhillips, tinha sido autorizado pelo governo Trump e endossado por Biden, mesmo causando polêmica e críticas dos ambientalistas.
No entanto, o anúncio de quarta-feira indica uma tentativa do governo de reverter parte dessas críticas e demonstrar seu compromisso com a proteção do meio ambiente e das terras indígenas. A medida também anula sete licenças de exploração concedidas durante a gestão anterior em outra área protegida do norte do Alasca, o Refúgio de Vida Selvagem do Ártico.
A região afetada pela proibição é comparável em tamanho ao da Dinamarca e abriga uma diversidade de vida selvagem, incluindo ursos, renas e aves migratórias. De acordo com o Departamento do Interior, responsável pelas terras federais no Alasca, a decisão visa preservar o ecossistema e proteger áreas culturalmente significativas.
O plano anunciado por Biden também proíbe perfurações em uma área de mais de 1 milhão de hectares do mar de Beaufort, localizado ao norte da costa do Alasca. Essa medida visa preservar não apenas o ambiente terrestre, mas também as águas do norte do Alasca.
É importante destacar que a NPR-A foi criada pelo presidente Warren Harding em 1923 e é considerada a maior região de terras públicas dos Estados Unidos. Sua preservação é de grande importância para a conservação da biodiversidade e a manutenção dos modos de vida das comunidades indígenas que habitam a região.
Ao tomar essa decisão, Biden está cumprindo, em parte, sua promessa de campanha de congelar as licenças de exploração de petróleo. Embora a proibição não seja total, representa um importante passo na direção de uma transição energética mais sustentável e compatível com a conservação ambiental.
No entanto, vale ressaltar que a decisão não foi livre de polêmicas. Alguns críticos alegam que o governo ainda poderia ter ido além e proibido toda e qualquer exploração de petróleo e gás na região do Alasca. Também há preocupações em relação aos impactos econômicos da proibição, uma vez que a exploração de petróleo representa uma fonte significativa de receita para o estado do Alasca.
Em última análise, a decisão de proibir a exploração de petróleo e gás na NPR-A é um marco importante na agenda ambiental de Biden e reflete sua postura em relação à proteção do meio ambiente e o reconhecimento dos direitos das comunidades indígenas. Resta acompanhar os desdobramentos e o impacto dessa medida na região do norte do Alasca.