Governo do Egito retoma divulgação de lista de estrangeiros autorizados a deixar a Faixa de Gaza sob ataque de Israel.

O governo do Egito anunciou nesta terça-feira (7) a retomada da divulgação de uma lista com cidadãos estrangeiros e com dupla nacionalidade autorizados a deixar a Faixa de Gaza, território comandado pelo grupo terrorista palestino Hamas e que está sob ataque de Israel há um mês.

A nova leva de autorizações inclui cidadãos da Alemanha, Romênia, Ucrânia, Canadá, França, Moldova, Filipinas e Reino Unido. No entanto, o Brasil, que tem 34 pessoas sob sua responsabilidade esperando para sair, não foi contemplado novamente, segundo o embaixador Alessandro Candeas, do Escritório de Representação na Cisjordânia.

Na sexta-feira (3), o chanceler israelense, Eli Cohen, afirmou ao chanceler brasileiro, Mauro Vieira, que todos deveriam deixar a Faixa de Gaza até quarta-feira (8). No entanto, no dia seguinte, os egípcios fecharam a passagem de Rafah.

O fechamento ocorreu após o ataque de Israel a um comboio de ambulâncias que saíam de um hospital em Gaza em direção ao Egito, transportando feridos mais graves dos bombardeios de Tel Aviv contra o Hamas. Segundo Israel, havia informações de presença de terroristas nas ambulâncias, mas esse tipo de ataque é condenado pelo direito internacional humanitário. O Hamas afirma que civis morreram nessa ação.

Os pacientes e os cidadãos egípcios também foram incluídos no acordo mediado por Estados Unidos e Qatar na semana passada. A diferença é que os palestinos, depois de tratados, terão que retornar a Gaza.

O governo egípcio afirmou que não poderia permitir as saídas enquanto houvesse risco para os feridos. Em uma nova negociação, os comboios de ambulância agora são organizados pelo Crescente Vermelho/Cruz Vermelha, com acompanhamento da ONU.

As saídas foram retomadas, de forma limitada, na segunda-feira (6). No entanto, apenas os estrangeiros que já estavam nas listas egípcias das quatro primeiras levas tiveram autorização para prosseguir. Agora, a lista diária voltou a ser divulgada.

Entre os dias 1º e 4 de maio, cerca de 2.700 pessoas, além de mais de cem feridos, foram autorizadas a deixar Gaza. O país que teve mais pessoas beneficiadas foi os Estados Unidos, que tinha o maior contingente estrangeiro na região. No entanto, muitos não conseguiram sair devido à morosidade do processo na fronteira.

Para deixar a Faixa de Gaza, é necessário obter autorização do Egito, de Israel, dos Estados Unidos e do Qatar. O processo é demorado, o que tem gerado questionamentos no Brasil sobre a demora, principalmente porque o país tem boas relações com todas as partes envolvidas.

Enquanto isso, 34 brasileiros divididos entre Rafah e a cidade de Khan Yunis, a 10 km da fronteira, aguardam frustrados por uma solução. Os bombardeios na região continuam diariamente, mesmo que o foco da guerra esteja no segmento norte da Faixa de Gaza, que está sob o cerco terrestre de Israel.

Além destes, o Itamaraty já repatriou 1.410 brasileiros e 3 bolivianos de Israel, além de 32 brasileiros que moravam na Cisjordânia, onde a violência tem aumentado.

A guerra teve início há um mês, quando o Hamas realizou o maior ataque terrorista da história de Israel, causando a morte de pelo menos 1.300 pessoas. A retaliação até o momento já provocou mais de 10 mil mortes, de acordo com o governo de Gaza.

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