Levante militar no Gabão dissolução das instituições e anulação do resultado eleitoral, presidente deposto e novo líder nomeado.

No último dia 30 de agosto, um grupo de 12 militares anunciou a tomada do poder no Gabão, dissolveu as instituições do país e anulou o resultado das eleições que reelegeram o então presidente Bongo Ondimba. De acordo com o comunicado, o presidente foi deposto, mas manteria todos os seus direitos civis. Após a deposição, Bongo gravou um vídeo pedindo ajuda internacional para solucionar a crise política.

A família Bongo governava o Gabão de forma ininterrupta desde 1967, sendo que o país obteve sua independência da França em 1960. A queda do presidente foi celebrada com festa nas ruas da capital, Libreville.

Após a tomada de poder, os militares nomearam o General Brice Oligui Nguema como presidente de transição, que assumiu na última segunda-feira, dia 4 de setembro. No entanto, o Conselho de Segurança e Paz da União Africana (UA) decidiu suspender o país de todas as suas atividades até a restauração da ordem constitucional.

Ainda não se sabe se haverá intervenção militar estrangeira no Gabão. A UA solicitou uma missão de alto nível, em colaboração com a Comunidade Econômica dos Estados da África Central (CEEAC), para solucionar a crise política. As fronteiras terrestres, marítimas e aéreas do país foram reabertas.

A União Europeia manifestou preocupação com a situação em Libreville e classificou o levante militar como um golpe de Estado que aumentará a instabilidade regional. A situação também mostra a necessidade de melhorar as relações com os países africanos.

O levante no Gabão não foi um movimento isolado. No final de julho, o Níger, na África Ocidental, também viveu uma situação semelhante. Mali, Guiné, Sudão e Burkina Faso também estão sob governos de transição militares, com eleições previstas para 2024 em alguns desses países.

Esses levantes militares na África podem ser entendidos como consequências da história de colonização desses países por potências europeias e das lutas por independência. A região ainda enfrenta diversos desafios, como a busca por estabilidade política e o combate à corrupção.

Uma situação que começou como uma “revolução palaciana” no Gabão agora atrai a atenção internacional e destaca a necessidade de buscar soluções pacíficas e democráticas para os conflitos políticos na África. A União Africana e outras organizações regionais desempenham um papel importante na busca por estabilidade e desenvolvimento desses países.

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