Essa situação ganhou destaque quando um vídeo do confronto entre os indígenas e o fazendeiro viralizou nas redes sociais. No vídeo, é possível ver os indígenas retirando a família da fazenda, enquanto o fazendeiro tentava argumentar que a terra era de sua propriedade.
As autoridades locais foram acionadas para resolver o conflito. O deputado federal Ricardo Salles, conhecido por suas posições polêmicas em relação aos indígenas, se pronunciou sobre o assunto, afirmando que os indígenas agiram de forma violenta ao invadir a propriedade.
Em resposta, o cacique Zeca Pataxó, coordenador do Movimento Indígena da Bahia, enfatizou que a área em questão já estava pronta para ser homologada e que os indígenas haviam realizado a autodemarcação do território com base na legislação vigente. Ele também acusou Salles de confrontar e ameaçar as lideranças indígenas.
Pelas redes sociais, Salles publicou um tweet em que comparava os indígenas a personagens de desenho animado e questionava a versão apresentada pelos indígenas. Essa publicação gerou uma ampla repercussão, sendo criticada por muitos como uma tentativa de minimizar a gravidade da situação.
Em meio a esse impasse, outra polêmica surgiu: a falta de comunicação entre os membros da comissão responsável pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigava a questão. Segundo o cacique Pataxó, a metade da comissão que era contrária às invasões não avisou aos demais sobre a visita às aldeias, o que causou um conflito interno e gerou divergências sobre a legalidade dessas ações.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) também foi citada nessa questão, pois, segundo o cacique Pataxó, ela não foi notificada sobre as diligências que seriam realizadas nas aldeias indígenas.
Até o momento, as autoridades estão tentando solucionar o impasse e buscar uma solução para a demarcação da terra em disputa. Enquanto isso, o caso continua a gerar indignação e debates acalorados sobre os direitos dos indígenas e o papel do Estado na proteção dessas comunidades.
