O futuro do home office: Empresas e funcionários em disputa sobre o retorno ao presencial

O home office vai acabar?

O período pós-pandemia tem sido marcado por um cabo de guerra entre empresas e funcionários sobre o retorno do home office. Enquanto os patrões querem a volta ao presencial, os trabalhadores batem o pé para trabalhar de casa.

Em números:

  • 25% das vagas publicadas no Linkedin em fevereiro deste ano citavam a possibilidade de trabalhar de casa (home office ou híbrido) – ano passado, eram 39%, segundo levantamento da rede.
  • 85% dos profissionais que voltaram aos escritórios de forma integral trocariam de emprego caso pudessem trabalhar mais dias em casa, conforme pesquisa do Infojobs e Grupo Top RH.

O que explica o fim da crença do home office pelos empregadores, segundo especialistas:

  • Queda de produtividade na empresa;
  • Desconfiança sobre se a pessoa que está em casa está de fato trabalhando;
  • Falta de adaptabilidade ao modelo remoto;

As políticas orientando o retorno aos escritórios aparecem inclusive entre as big techs, que já ofereciam um modelo mais flexível no pré-pandemia. Até o Zoom, cuja plataforma bombou justamente pelo home office, solicitou a volta ao presencial.

Convencer os trabalhadores, porém, não tem sido fácil. Na Meta, eles estão retornando só agora aos escritórios porque a dona de Facebook, WhatsApp e Instagram retomou os serviços de cabeleireiro e lavanderia, o happy hour às quintas e outras benefícios, mostra a Bloomberg.

Há solução? A aposta no modelo híbrido, com trabalho presencial em alguns dias na semana, parece estar se sobressaindo como um meio-termo que agrada patrões e empregados.

Outro fator que conta para essa dinâmica está na mesma pesquisa da Stanford: a produtividade no híbrido é igual – se não melhor – do que no presencial.


Petróleo na máxima do ano

Os preços do barril de petróleo chegaram a superar o patamar de US$ 95 (R$ 461) nesta terça, na máxima de 10 meses, antes de fecharem o dia em leve queda, a US$ 94,34 (R$ 458), com realização de lucros dos investidores.

O que explica:

↳ Queda na oferta: Arábia Saudita e Rússia, membros da Opep+, renovaram neste mês os cortes de oferta de 1,3 milhão de barris por dia até ao final do ano. A produção de xisto nos EUA também está em baixa, no menor nível desde maio.

↳ Alta na demanda: apesar dos altos juros mundo afora, as economias não desaceleraram conforme o previsto, e a China voltou a reaquecer os motores de sua atividade nas últimas semanas.

Por que importa: a alta nos preços do petróleo acontece justamente em um momento de virada nas principais economias do mundo, com pausa na alta dos juros em meio ao esfriamento da inflação.

  • Com a energia mais cara, porém, os bancos centrais devem pensar duas vezes antes de acelerar a queda dos juros.
  • O mercado espera por uma queda de 0,5 ponto aqui no Brasil e estabilidade nas taxas nos EUA.

Opinião: Mesmo que o encarecimento do petróleo não chegue nos combustíveis vendidos no Brasil de forma imediata, ele deixa estragos em várias frentes, escreve o colunista Vinicius Torres Freire.


Shein vai pagar ICMS de compras

A Shein disse nesta terça que irá pagar para os clientes a alíquota de 17% do ICMS que incide sobre as compras importadas de até US$ 50 (cerca de R$ 250).

A empresa foi autorizada na semana passada a participar do Remessa Conforme, programa do governo lançado em agosto para regulamentar as compras internacionais.

Entenda: as novas regras isentam do imposto de importação as compras feitas até US$ 50, mas não retira a cobrança do tributo estadual sobre esses itens.

  • Com a medida anunciada pela empresa, consumidores da Shein não pagarão impostos ao comprar produtos abaixo desse limite.
  • A companhia não informou até quando o subsídio irá durar.

O imposto é recolhido pelas plataformas no momento da compra. Além de Shein, AliExpress, Shopee, Amazon e Mercado Livre estão entre as grandes varejistas que pediram para entrar no Remessa Conforme.

  • Calculadora da Folha mostra o preço final em compras abaixo e acima de US$ 50 feitas em empresas do programa.

Com as novas regras, surgiram nas redes sociais reclamações de produtos de pequenos preços que são taxados por um valor bem maior. É o caso de blocos de anotações com valor de R$ 3,15 que tiveram um imposto cobrado de R$ 31,45.

As razões para um tributo tão alto estão no frete do item (R$ 24,60), que também conta para a taxação da mercadoria, e no fato da loja que enviou o produto não estar registrada no Remessa Conforme.

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